::terça-feira, abril 25, 2006

Descontacto

Queria fazê-lo (quero?), mas acho que não consigo.
Fica-me cá dentro a roer, a moer, a torcer...
O que provavelmente significa, pegando numa conversa anterior, que não o quero realmente fazer, não é?

Porquê largar também isto, afinal, para além de tudo o mais?

Só para dar um pouco mais de igualdade às circunstâncias, e poder sentir que o custo é equitativamente distribuído? Para que o silêncio não perca o seu propósito e eficácia ao ser quebrado por palavras insonoras?

Não sei se vale a pena, mas...

Faria de conta que ia de férias.
Para um local onde não tivesse acesso à net, de onde não pudesse 'blogar'.

Seriam só uns dias, os que conseguisse aguentar.
Os suficientes para desligar convinientemente, mas não tantos que se desligasse definitivamente.

Voltaria rapidamente, por certo, se o conseguisse fazer (será que não consigo mesmo?).

Voltaria a tempo de comemorar o 2º aniversário aqui do sítio, sem dúvida, talvez com cara lavada (a do sítio, entenda-se). Até antes disso, quase de certeza. Afinal, longe vai o tempo em que conseguia tirar duas ou mais semanas de férias, fosse do que fosse. E vício que é vício, como este é...

Despedir-me-ia parafraseando aquele senhor a preto e branco, com o seu "Boa noite, boa sorte".

E depois...

Silencio (no hay banda)...

Fade to black...

All systems off.

A fogueira - IV

(... continuando)

Quando regressaram, ao final do dia, os dois membros do grupo que se tinham voluntariado para investigar o fogo estavam visivelmente entusiasmados. Tanto, que apesar do estado de quase exaustão em que se encontravam - resultante do esforço de cobrir a distância em tão curto espaço de tempo - se recusaram a descansar enquanto não revelassem aos demais o que haviam descoberto:

Lá ao longe, onde aquele último relâmpago descera à terra, ardia um enorme carvalho, consumido por um fogo intenso.

Mas durante quanto mais tempo arderia? Quão quentes eram as suas chamas? E outra lenha para as alimentar, havia? E o local em si, que condições oferecia? O caminho até lá, que perigos apresentava? As perguntas surgiram, em catadupa, assim que deram a conhecer a boa nova, e ambos responderam conforme sabiam.

Confirmaram o calor das chamas, mais vivas e fortes que as do fogo que ali mantinham, não dando quaisquer sinais de querer abrandar. Ainda assim, acrescentaram, e apesar de já arder há mais de um dia quando a alcançaram, a velha árvore mantinha-se praticamente intacta. A toda a volta existiam outras árvores, de madeira igualmente boa, que arderia segura e longamente se alimentada às chamas, e que lhes asseguraria a continuidade do fogo, quando a madeira original finalmente desaparecesse.

Não existia no local, contudo, qualquer espécie de abrigo como aquele que ali tinham, pelo que teriam de o construir de raiz, e, nesse aspecto, recomeçar do zero. Quanto ao caminho até lá, não sendo propriamente longo ou perigoso, estava repleto de obstáculos que tornavam a travessia algo difícil e penosa.

No final do relato o grupo encontrava-se claramente dividido. De um lado encontravam-se os que desejavam partir de imediato, ou tão rápido quanto possível, por forma a aproveitarem ao máximo o novo fogo, e em seu redor reconstruirem a vida; do outro, em maioria, estavam todos aqueles que por uma razão ou outra preferiam ficar onde estavam: por temerem as dificuldades da travessia, por recearem realizá-la apenas para encontrar uma chama já extinta, por considerarem que tal acto constituiria um insulto para com os Deuses que lhes tinham oferecido o primeiro fogo, por devoção a este que os tinha salvo, etc...

Após um curto período de reflexão e discussão, e mantendo-se a maioria a favor da permanência, acabou por ser essa a opção seguida por todo o grupo, que não tardou em voltar à sua rotina do dia-a-dia.

De tempos a tempos, porém, acontecia registar-se por alguns dias a ausência de dois ou três elementos do grupo que, ao reaparecerem, e invariavelmente, nunca conseguiam explicar nem onde tinham estado nem o porquê de se terem ausentado.

Para os mais perspicazes, no entanto, as chamas que, à distância, se mantinham vivas à medida que os dias passavam, eram resposta suficiente.

::segunda-feira, abril 24, 2006

PC ou CP

Ou CC?

'Des-siglando': Pombo Cotovia, Cabeça de Pombo, Cotovia Correio, ou Cabeça de Correio?

Seja qual for o nome a adoptar para a patrulha do Indaba do próximo fim-de-semana, formada, qual monstro de Frankenstein, a partir dos 'restos' do desmembramento da 'Pombo Correio' e da 'Cabeça de Cotovia' (será a gripe das aves em acção, como sugeriste?), uma coisa é certa:

Dado o 'potencial de ronco' concentrado na tenda, vou ter de construir um abrigo natural onde passar as noites.

;)

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Zero

Ponto, numa escala, de que se parte para uma contagem de valores positivos ou negativos.

Nada.

O ponto de equilíbio, talvez, para que não hajam desigualdades ou injustiças.

::domingo, abril 23, 2006

Um

Um pedido de ajuda, colocado em portas de prédios e paragens de autocarro.



"A SUA AJUDA PODE SALVAR-ME A VIDA

Olá eu sou o João Carlos, tenho 7 anos e LEUCEMIA.

Você pode ser o meu dador e salvar a minha vida e de outras crianças

AJUDE-ME

Basta ir ao Quartel dos B.V.Dafundo na Av.Duque de Loulé, em Linda-a-Velha

e fazer uma simples análise ao sangue

no Sábado, dia 29 de Abril, das 10h às 15h."

::sábado, abril 22, 2006

Lutas

E que me dizes daquela homilía de hoje? Não ficaste com a sensação de que era para ti que o Cónego estava a falar? A mim já me aconteceu, e mesmo o tema de hoje também não me passou completamente ao lado, confesso. E se, por ventura, calha olhar directamente para ti naquele momento, então... ui!

Tem mesmo jeito para a coisa, o senhor. Mais que outros, pelo menos, embora não deva ser assim particularmente difícil fazê-lo, dada a diversidade da assembleia e o conhecimento que se tem dos problemas 'comuns' que hoje em dia afectam e afligem a sociedade em geral (e cada um de nós em particular?). Em alguém (ou alguéns) há-de acertar de cada vez, com certeza.

Pois que tem toda a razão o senhor Cónego, no que falou sobre lutas interiores, sobre o ter que se lutar pelo que é bom, pelo que se quer. O pior é quando não se sabe o que se quer. Ou quando não se tem força para lutar.

Dúvida: poderá o facto de não termos força para lutar por algo significar que na realidade não queremos esse algo?

Ou será que, por outro lado, o simples facto de se pensar em lutar, ainda que admitindo a incapacidade para o fazer, significa que realmente se quer aquilo pelo qual se pondera lutar?

Mas se realmente se quer, então porque não se consegue lutar? Pescadinha de rabo na boca ou constatação de que podemos efectivamente ser demasiado fracos para lutar pelo que queremos? Não duvido que, infelizmente, haja quem nunca tenha (tido) essa força, mas o que dizer de quem já a teve e agora aparenta tê-la perdido?

Será possível que disponhamos apenas de um stok limitado dessa energia, que devemos gerir cuidadosamente para não a desperdiçar no que dela é indigno? Deve ser extremamente complicado, se não mesmo impossível, fazer essa gestão, considerando que aos nossos olhos tudo aquilo que queremos será, sem dúvida, merecedor do nosso esforço.

Ter-se-ão realmente esgotado as reservas existentes, ou será o medo de as voltar a utilizar em algo não merecedor e que de facto não valha a pena que as mantém retraídas e fora do alcance?

Dois



Dois é bom.

::sexta-feira, abril 21, 2006

Certo dia...

... dois homens ricos que se encontravam em viagem acabaram por ir dar à mesma estalagem, situada na encruzilhada dos seus caminhos.

Ao que chegou primeiro fez o estalajadeiro grande festa, pois muito o honrava e alegrava com a sua presença, cedendo a toda a comitiva os seus melhores aposentos, e tratando para que nada lhe faltasse.

A chegada do segundo viajante - tido em idêntica estima e consideração - causou-lhe para além de algum espanto, considerável transtorno, dado que já se encontravam ocupados os quartos que ao recém-chegado seriam devidos, e que este por sua vez o instava a lhe ceder.

Ao ver rebatidos todos os seus argumentos no sentido de demover o segundo viajante da sua intenção, viu-se o pobre estalajadeiro perante um terrível dilema, tendo acabado por ceder sob a pressão e revelado àquele a verdade: a sua casa há muito que não era o que aparentava, encontrando-se apodrecida tanto a estrutura que a sustentava como a própria mobília, e estando não só infestada por toda a espécie e maneira de insectos e vermes, mas também assombrada pelos espíritos dos mortos, que vagueavam pelos seus corredores.

A isto, e para sua surpresa, lhe respondeu o viajante o seguinte: "Muito agradeço a tua preocupação com o meu conforto e bem-estar, mas é aqui que pretendo descansar da minha jornada. Deixa pois que os meus artesãos se ocupem da renovação do teu edifício, e que os meus sacerdotes dele exorcisem as almas penadas que atormentam os teus hóspedes. Diz-me, porém, porque não revelaste tu a verdade àquele que se me antecedeu, por quem tanta admiração e respeito obviamente nutres?"

Três

É a conta que Deus fez.
Mas será desta que é de vez?

::quinta-feira, abril 20, 2006

E esta, hein?

O meu BI caducou no final de Março, e só agora dei por isso!

Mais uma coisa para ir tratar, um dia destes...

As voltas...

... que eu tenho dado:

Voltei à mesa de matraquilhos - a da sede (do 626), pois está claro - onde, juntamente com o Cami, fui cabalmente cilindrado pela dupla Oliveira-Kavilhas. Não foi ontem, nem 'onteontem', nem sequer a semana passada, mas como tinha ficado prometida a 'postagem' de tal feito histórico e heróico (o deles! :)... cá está ela.

Voltei a comprar BD. Como vou comprando de tempos a tempos, aliás. Nada das loucuras do passado, no entanto, onde mensalmente gastava algo equivalente ao PIB de uma qualquer ilha-nação do Pacífico Sul. Apenas 3 ou 4 TPBs (Trade Paper Back, um tipo de antologias de séries mensais), para enfrentar a Síndrome de Abstinência e me manter a par dos meus títulos favoritos.

Voltei a jogar futebol às 5ªs. Ou melhor, fui jogar na 5ª feira passada. O que não perfaz exactamente um regresso às lides. Soube bem, apesar da derrota. É 'gratificante' verificar que há coisas que nunca mudam (mesmo no mundo da bola, onde o que hoje é verdade, amanhã...).

Outro regresso que, por enquanto, cai mais ou menos na mesma categoria do anterior, embora a intenção seja outra (mais forte, mais convicta, à conta do incentivo financeiro), foi ao Solplay, onde voltei na passada 6ª, para realizar mais uma sessão de treino nas máquinas. Com a volta que vem a seguir talvez consiga restabelecer o ritmo pretendido.

Na 2ª feira, e com vista a ficar uma temporada mais ou menos alargada, voltei a Alfragide, ao cliente do pelicano. Manutenções, evoluções, e outras razões, trazem-me novamente para mais perto de casa, permitindo-me assim uma mudança dos ares de Moscavide (que não eram de todo desagradáveis, mind you).

Voltei também a ver TV. As séries da :2, principalmente (e quase unicamente). 'Sopranos' (em dose tripla, com a sessão dupla no Hollywood), 'Roma' (que acabou entretanto?), 'Sete palmos...', 'CSI', '24'... Aquela a que sou mais fiel é sem dúvida a dos mafiosos de New Jersey, pois de todas é a que tem o horário 'mais em conta'. As outras é mais quando calha. Tem-me dado um certo gosto ver que ainda vai havendo qualidade na 'caixa que mudou o mundo', ainda que pouca e dispersa.

Entretanto, pelo meio de tudo isto, voltei a bloggar com um pouco mais de assiduidade. É pena que agora tenha de voltar a parar... ou não! A ver vamos...

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::quarta-feira, abril 19, 2006

Boletim clínico

Amigdalite (sim, outra vez) para o filho, curada a 'pica' de penincilina. Os gritos do rapaz devem-se ter ouvido por todas as Descobertas. A mãe, pelo menos, a algumas salas de distância pôde dizer orgulhosamente aos enfermeiros que o discutiam: "É o meu filho!". Mais dois dias em casa para deixar o medicamento fazer efeito e não pegar aos coleguinhas na escola.

Gastroentrite ou talvez apendicite para a mãe, combatida a soro e antibiótico. Se não melhorar até amanhã (5ª feira), já ficou a reserva feita para às 14h30 ir à faca. No entanto, como as coisas já parecem estar a ir ao lugar (ou a sair dele, melhor dizendo), não se deve confirmar a 2ª hipótese e deve ser dispensada a solução mais drástica.

Ficam ambos a sopinha de borrêgo, frutas cozidas, ultra-levur e afins, por forma a regular a intestinália.

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Coisa ruim

Esta noite, com o B a acordar choroso por volta das 0h e a vomitar o jantar todo entre a cama e a casa de banho do corredor, talvez em consequência de uma demasiado rápida passagem da mesa da cozinha para a cama, que lhe terá parado a digestão.

A C, por sua vez, que já tinha chegado extremamente indisposta a casa, assim continuou noite dentro, a queixar-se de arrepios de frio, dores de cabeça, e dores de estômago, e de uma qualquer carne, eventualmente estragada, que teria comido ao almoço.

Lá para as 3h o B chegava aos 38º e pouco, e a C continuava sem conseguir dormir.

Acorda daqui, acorda dali, acode aqui, acode acolá, assim se passou uma noite praticamente em branco.

E eu, não sei se por sugestão, se pelo cansaço, ou se por falta do jantar de ontem, também vou sentindo isto cá por dentro um pouco às voltas. Mas só um pouco. Vou tomar o pequeno-almoço para tirar as teimas.

Entretanto, e por hoje, cá ficamos os 3 em casa...

::terça-feira, abril 18, 2006

Iogurtes líquidos

E viagens de carro para a escola não combinam.

Que o diga o B, que hoje derramou parte do dele - o resistente de hoje dessa verdadeira batalha diária que é tomar o pequeno almoço - por cima da manga direita do casaco (felizmente ficou-se por aí).

É que, como ele diz: "Nas lombas, nas VIRAS, e nas estradas a descer entorna-se!"

Admito, no entanto, que o problema possa estar no meu carro, que não será dos melhores nas 'viras' ;)

::segunda-feira, abril 17, 2006

Intensamente

Ao atingir os noventa - oitenta e tal, talvez, noventa e poucos, já lhe era difícil precisar - parou e olhou em ambas as direcções.

Olhou para a frente, para o pouco que lhe faltava para os cem, mas que sabia ser tanto ou mais ainda do que tudo o que tinha percorrido até ali, tantos eram os obstáculos que ainda lhe barravam o caminho (e que, na realidade, eram os mesmos que encontrara antes e cuja transposição tinha sido meramente adiada, nunca efectuada).

Olhou para trás, para toda a extensão que percorrera, conseguindo ainda vislumbrar o ponto de partida, sem grande esforço, apesar da distância. Teria conseguido chegar até ali se tivesse deixado de acreditar aos quarenta? Se tivesse baixado os braços aos sessenta, ou desistido de lutar aos oitenta?

Sabia que o mais provável - o mais certo, não só para si como para todos os que assitiam - era não conseguir alcançar os cem que tinha como objectivo, mas essa 'quase certeza' não era suficiente para que desistisse do que se tinha proposto conseguir. Podia ser infinitesimal, mas estava lá, a probabilidade de ter sucesso.

Estava mais longe, mais alto, do que alguma vez pensara chegar, e isso contava para alguma coisa, sem dúvida. Especialmente quando pensava em todos os que ficavam pelo caminho, mais abaixo, ou nos que nem sequer se fazem a ele, pelos mais diversos motivos. Mas também não seria isso que o faria, ou lhe permitiria, parar.

A verdade é que já não tinha como voltar para trás. A fazê-lo, só mesmo a pique. E da altura que estava, enfim... Mas ao cair, ao bater no fundo, alegrar-se-ia e estaria em paz consigo, pois teria uma certeza: tinha lutado, tinha vivido. Intensamente!

::domingo, abril 16, 2006

Páscoa

Eis mais uma vez a vida, numa das suas muitas coincidências, a demonstrar-me que realmente não existem duas sem três.

Á semelhança do que aconteceu num passado demasiado recente, dou por mim novamente na Páscoa (mais semana, menos semana) a sentir esta necessidade de renascer, de 'ressuscitar' (entre plicas, porque dispenso o passo intermédio e sine qua non).

Apropriado, não achas? Bastante em sintonia com a época. E desta vez até tenho o look (mais ou menos, ok) e a idade.

A barba continua, no entanto, e por enquanto. Desta feita, e para que se comprove também que à terceira é de vez, creio que é necessária mais do que uma simples mudança exterior.

Ou talvez não...

::sábado, abril 15, 2006

A fogueira - III

(... continuando)

O primeiro ameaço de extinção por parte das chamas foi, no entanto, o suficiente para vencer a resistência dos mais renitentes, que com a prespectiva do regresso da escuridão e do frio se apressaram em se juntar aos demais na tarefa de manter acesas as chamas.

A dificuldade com que a madeira ardia obrigava-os a um trabalho intenso e constante, e passado pouco tempo já tinham aprendido a organizar-se por forma a tornarem-se mais eficazes, formando pequenos grupos, cada qual com a sua função específica: apanhar a lenha espalhada pelo terreno; cortar os ramos das árvores caídas (algo que se revelava bastante difícil, dado que contavam apenas com ferramentas muito rudimentares, que pouco mais eram que pedras afiadas); alimentar e manter as chamas da fogueira; e, finalmente, à vez, aquecer-se e retemperar forças junto da mesma.

As chamas não seriam nem as mais brilhantes nem as mais intensas, nem o calor que delas emanava o mais forte, mas era tudo o que tinham, e era o suficiente. Era, sem qualquer sombra de dúvida, muito melhor que a alternativa, e por isso agradeciam aos céus esta sua dádiva, que lhes dava uma nova sensação de segurança e lhes renovava a esperança no futuro.

Certo dia, porém, do céu que se mantinha pejado de nuvens, voltou a caír, inesperadamente, mas a uma distância segura, um relâmpago. Pouco depois, timidamente, soava o trovão que o acompanhava na descida. Assustados, com o terror de dias passados ainda bem presente na memória, concentraram-se rapidamente em redor da fogueira, tentando decidir o que fazer, enquanto esperavam pelo pior. Este, contudo, não chegou.

Nem chuva, nem vento, nem sequer mais trovões ou relâmpagos. Apenas, ao longe, lá onde tinha caído o raio isolado, o clarão de um novo fogo que despontava.

(continua...)

::quinta-feira, abril 13, 2006

Quem tudo quer

Como faz? Para ter tudo? Sim. Não faz. Não? Não. E porquê? Porque não pode, claro. Não pode fazer? Não, não pode ter tudo. Então como faz? Não podendo ter? Sim. Decide. O quê? O que quer mais e o que quer menos. E se não conseguir decidir? Tem de conseguir. Porquê? Porque não pode ter tudo, certo? Mas como faz para conseguir decidir? Como faz em tudo o resto: pensando, pesando... Para ter a certeza do que prefere? Sim, dentro do possível. Como assim? Ter a certeza na medida em que é possível ter a certeza de alguma coisa. Certeza é certeza. Nem sempre, nem tudo é assim tão matemático. Pois, de facto. E sabes o que dizem... O quê? Nesta vida, apenas duas coisas são certas. Ah, sim, a morte e os impostos. Embora não forçosamente por essa ordem. Como se faz então? Para ter a certeza? Sim! Talvez não se faça nada, porque nunca se a tem. Nunca? Nunca. Então como se faz para decidir? Arrisca-se, suponho. Arrisca-se? Sempre. Sempre... Porque quem não arrisca.... Tudo perde?

Heróis da lenda

B dos Bosques, defensor dos fracos e dos oprimidos

::quarta-feira, abril 12, 2006

Espadachim

- Eu tenho muitas espadas!
- Pois tens, filho.
- Olha: uma, duas, três.
- Ena!
- Tenho tantas que até preciso de mais!
- Hum?
- Então: esta luta com esta, mas preciso de outra para lutar com a mais pequena.
- Ah, estou a ver...

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::terça-feira, abril 11, 2006

Easter Bunnies


(recebi por mail, do J'Doc'Freitas, e... não resisti!)

ABC

A de Acampamento
Mais um com a miudagem (e graudagem, também), o da Páscoa. Correu bem, sem precalços, mas com apenas 80-90% do programa cumprido. O mais importante, no entanto, não ficou por fazer, e todos nos divertimos, aprendemos e aproveitámos ao máximo. Até o tempo ajudou, apesar dos chuviscos de Domingo à tarde. O local (Parque Permanente Escutista do Entroncamento) não será o ideal, mas não está nada mal.

:)


B de Burro
Por ter acordado a meio da noite de Sábado em plena sessão de ronco de um dos companheiros de tenda. Depois dos safanões falharem, e do virar ao contrário (pés para a cabeça) não surtir efeito, chega o desespero. Como escapar? Só no exterior, como no passado. Mas onde? Está frio e esteve a chover. A solução, felizmente, chega depressa: o avançado do iglo das raparigas! Ala que se faz tarde!

:


C de cansaço
Muito. E muito à conta das 5 viagens de carro feitas nos 3 dias, entre Lisboa e o Entrocamento. Uma porque sim, para lá ir ter, no início da actividade. As duas seguintes, no Domingo de manhã, por uma das piores razões possíveis: um funeral. A 4ª, no Domingo à noite (já 2ª), para trazer o Chefe Adjunto que tinha de ir trabalhar no dia seguinte. E a última, na 2ª de manhã(zinha), para regressar a campo. O regresso fez-se de comboio, com a Alcateia, meio a dormir.

:


D de divertido
Com as diversas situações e 'saídas' dos miúdos. A mais memorável, talvez, terá sido a do nosso jovem futuro-astrónomo Pedro, enquanto falávamos (em Alcateia) do nosso imaginário:

- E porque é que vocês acham que o Balu e a Baguera decidiram pedir ajuda à Cá?
- Porque ela rasteja! - responde um.
- E porque hipnotiza os Banderlogues - responde outro.
- E quando ela os HIPNO-BAPTIZA eles ficam adormecidos - explica o Pedro.

Fica a dúvida: quem o faz, é um hipno-baptista ou hipno-baptizador?

:)


E de estupidez
Num dos momentos de 'lavagem', vejo um dos miúdos (cujos pais se andam a degladiar em tribunal) a lavar os dentes com o dedo.

- E a escova?
- Não trouxe...
- Então, esqueceste-te?
- Não, o pai não mandou.
- Porquê?
- Porque a seguir ao acampamento vou para casa da mãe e ele não quer que eu leve nada de casa dele para casa dela.
- ...

:(


F de férias
Chegam com o fim do 2º trimestre, e duram apenas um fim-de-semana (o Santo). Para a história fica o Bando Branco que venceu a contenda pelo melhor bando, e o pequeno Miguel Fernandes que recebeu o prémio de melhor Pata-Tenra do ano. Quem sai aos seus não degenera, não haja dúvida!

:)

::sexta-feira, abril 07, 2006

E amanhã...

... Sábado, é dia de voltar ao campo, com a Lobitada. Para o Entroncamento (o dos fenómenos, sim), desta feita.

Mais 3 dias de acampamento com a pequenada, para os quais, confesso, não parto com a maior vontade do mundo. Pelo menos não com toda a que (acho que) devia ter. Deve ser da idade, da barriga, ou de ambos. :)

O que me vale é que já sei que sou como os putos, que vão fazendo birra em casa antes de irem para as actividades (por não quererem ir), e que depois de lá estarem já não querem outra coisa.

Ainda não é este fim-de-semana, portanto, que volto ao Solplay, que volto a jogar 'World of Warcraft', ou que volto a Alvalade (e logo no jogo que é!). Ou que sequer volto a blogar como tu me vais dizendo que já não faço há algum tempo.

Bem... amanhã é (novamente) dia de acordar cedo (6h30m, para ir acordando e fazendo as coisas com calma, a tempo de estar às 7h45 na sede), e ainda tenho umas coisas para arrumar na mochila, pelo que vou andando.

Até Terça. Talvez.

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Ainda o FCB-SLB

- Quem é que vai ganhar?
- Não sei filho, temos de esperar pelo fim...
- Mas o Barcelona está a ganhar.
- Sim, está. Mas ainda falta muito tempo de jogo.
- E porque é que está a ganhar?
- Porque já marcou um golo.
- E o Benfica?
- O Benfica ainda não.
- E porque é que o Barcelona está a ganhar?
- Er... porque já tem mais golos que o Benfica. Já marcou um e o Benfica nenhum.
- E porque é que o Benfica não marcou?
- Então, porque ainda não conseguiu.
- E o Barcelona já?
- Pois.
- Porquê?
- Ora, porque conseguiu.
- E porque é que o Benfica não fez como o Barcelona?
- Hummmm... porque não conseguiu...
- Mas porquê?
- Porque o Barcelona sabe fazer melhor, se calhar...
- Não é isso!
- Então? É o quê?
- Rezar ao Jesus!
- AH!!!

Tudo isto porque lhe chamei a atenção para o Ronaldinho, que antes de iniciar o jogo 'falava com o Jesus', tal como o fez depois de marcar o golo, a agradecer...

:)

Sou de Barcelona

Não, não estou a dizer a que sou do Barcelona, em jeito de 'provocação rasca' à esmagadora maioria dos leitores deste blog (60% segundo a 'estatística oficial', mas até devem ser um pouco mais :).

"Sou de Barcelona" é a tradução de "I'm from Barcelona" (duh!), que é o nome de uma banda sueca (!!!) cujo 'tema de apresentação' - "We're from Barcelona" - tem andado tocar na Radar, e que podes ouvir no seu site oficial.

É 'catchy' e alegre o suficiente para que até tu a comeces a cantarolar e até (quem sabe) a torcer pelo Barça! Afinal, sempre é outra coisa, perder para o Campeão... ;)

::quinta-feira, abril 06, 2006

Vocabulário

Eu tenho um excelente vocabulário.

E não, não sou eu que o digo, do alto do meu convencimento natural. É este teste, que a mana mandou por mail:

Teste Seu Vocabulário.

Eu consegui 22 pontos.
E tu?

::segunda-feira, abril 03, 2006

A fogueira - II



Estava efectivamente de regresso, a tempestade. Mas seca, sem o mínimo indício de chuva, apenas uma fantástica e aterrorizante composição de som e luz. Não demorara muito para que o ribombar do trovão se fizesse sentir, em toda a sua imponência, mesmo por cima das suas cabeças, acompanhado de impressionantes relâmpagos que iluminavam a escuridão e que, ao atingir o chão, fendiam rochas e rachavam árvores.

Caíam um pouco por todo o lado, tendo o último caído a pouco mais de dois metros da entrada do abrigo, fazendo com que todos se encolhessem ainda mais no seu interior, o mais afastados possível da entrada.

Tão rapidamente quanto tinha chegado, no entanto, a tempestade partia, continuando o seu caminho rumo ao Sul, deixando-os novamente sozinhos. Só quando o pânico começou, também ele, a passar, silenciando o choro e os gemidos de medo, é que se aperceberam do ruído - e da luminosidade - que lhes chegava do exterior.

Os mais afoitos de entre todos levantaram-se e arriscaram espreitar, ignorando as súplicas dos restantes, que temiam o pior. Subitamente, sem qualquer tipo de combinação prévia, e como que movidos por um pensamento partilhado entre si, irromperam para o exterior, gritando freneticamente aos restantes para que saíssem também e os ajudassem.

Um a um, aos pares, ou em pequenos grupos, mas sempre muito a medo, foram-se levantando e saíndo também, até que finalmente somente um punhado deles restava dentro do abrigo. Junto à entrada, observavam, receosos e sem saber bem o que fazer, enquanto os seus companheiros alimentavam - com ramos que econtravam no chão, aqui e ali - as chamas que consumiam o grande ulmeiro que agora jazia por terra, rachado em dois.

(continua...)

::sábado, abril 01, 2006

30 Patrícia Manuela

Já?

Pois, realmente, se eu já vou na capicua...

30 aninhos, desde aquele frio dia de Inverno, em que, ao sair de casa, tropecei numa cesta de feijão verde, no meio dos quais chorava, rosadita e encaracoladita... nã! Isto era apenas uma brincadeira que de vez em quando se contava lá por casa, aqui há uns anos atrás, porque se dúvidas houvesse, temos suficientes... 'traços', em comum, para comprovar a consaguinidade. :)

Muitos PARABÉNS, mana.

Que tenhas um dia muito feliz, junto dos que mais amas, e que esta nova década que se inicia veja todos os teus sonhos tornarem-se realidade. Sem nunca esquecer, porém, que o principal agente das mudanças que queremos que se operem nas nossas vidas é apenas um: nós próprios.

Quanto à tua prenda: está codificada, lá em cima, no título do post (dica: inverter e cortar ;).

Beijinhos dos 3 cá de casa...

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Voltei

Ao Solplay.

Mas só para levar o B à natação, pelo que estas calorias extra que se têm vindo a acumular ao longo dos últimos 3 meses ainda cá estão.

Melhores dias virão, com certeza.