A minha primeira vez
Aconteceu há já muitos anos, lá para meados da década de noventa do século passado, à porta da casa da namorada, ainda durante o reinado do Alfa Romeo da mãe (a minha).
Palavra puxa palavra, a conversa prolonga-se noite dentro, com o rádio a acompanhar, e quando se dá por ela, a bateria (do carro, entenda-se) já não dá sinal de vida.
Calhou por 'sorte' surgir o pai (da namorada), regressado do trabalho, e que, prevenido, andava com um par de 'crocodilos' (aqueles alicates para a bateria) no carro dele, para ocasiões como aquela.
A segunda vez aconteceu há coisa de um mês, se tanto, numa deslocação a um cliente, tendo deixado os faróis acesos durante toda a tarde da minha 'estadia' (estavam acesos pois é necessário para subir a rampa do silo no topo do qual se estaciona).
Valeu-me dessa vez um Espírito Santo (literal, de nome, e figurativo), que emprestou os seus 'crocodilos' (e a bateria da sua viatura) para 'ressuscitar' a minha.
Desta vez, porém, a terceira, nem isso me safou, pois o rapaz, apesar de ainda lá estar, estava sem carro, e aquela hora não restava mais ninguém no edifício. Nem sequer nas oficinas do Entreposto, que ficam no piso térreo.
"Outra vez? Que cromo!" - disse-me ele (o Espírito). E com razão, que cromo.
Eu tenho a certeza que o BU me avisa, mas eu, por alguma razão é que não lhe ligo quando ele se põe a apitar. E fica a apitar. E fica. E fica. E fic...
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