::quarta-feira, maio 28, 2008

Da gramática e afins

Sempre tive, é verdade, mais queda para os números que para as letras ou para as artes.

O 'sempre' aqui é importante, e nada relativo, pois só pelos 13/14 anos é que comecei a ganhar o gosto (e o jeito?) pelo desenho, por exemplo, tendo sempre (cá está) sido aluno de 3 a Educação Visual (e até de um 2, se bem me lembro, mas também de um 4).

Já o gosto pela 'escrita' surgiu apenas uns anos mais tarde, com o advento dos 'pen friends' que ia ganhando por via desta ou daquela actividade (escutista), invariavelmente no estrangeiro. Excepção feita, claro está, às cartas/histórias que escrevia (em inglês, grande cromo!) para a Sandra Marques, a minha paixão do 10º/11º ano.

Acho que a escolha de curso também evidencia, de certa forma, essa predilecção, esse maior à vontade com os números, muito embora as minhas notas nas cadeiras de matemática 'à séria' tenham deixado muito a desejar na altura (álgebras e análises... ugh).

Assim, será mais ou menos natural (mas nem por isso menos lamentável) o facto de nunca ter prestado grande atenção às coisas do Português, e apenas 'agora' me dar conta de como estas, na realidade, nos preparam para a vida!

Tome-se a conjugação dos verbos, por exemplo:

Já tinhas reparado como desde pequeninos, de forma quase subliminar, somos levados a interiorizar o conceito de que entre o "Eu", "Tu" e o "Nós", existe 'sempre' um "Ele/Ela"?

E agora que penso nisso... entre o "Eu", "Tu" e o "Nós", também está... o "Tu"!
"Tu" esse que, por sua vez, e do ponto de vista inverso, é... o "Eu"!

Que é como quem diz, nesta coisa de 'a gramática imita a vida'... para chegar ao "Nós", e antes mesmo de lidar com o eventual "Ele/Ela", há que resolver o "Eu" e "Tu".

Mas isso... isso já não é Português.
Isso é Química.
E assim sendo, fica para outro dia.