SoD off
Se calhar é de toda a BD que li (e continuo a ler). Dos consensuais (em casa dos pais) Astérix, Lucky Luke e seus demais conterrâneos, aos anglo-saxónicos Batman, X-Men e afins.
Ou da minha queda para a fantasia, que se terá iniciado (em termos literários, pelo menos) com o Senhor dos Anéis, e continuado com as Brumas e outras cousas que tais, da Marion Z. Bradley, os dragões da Anne McCaffrey, até à 'dispersão final' por universos e mundos (por vezes em forma de disco) fora...
Ou do facto de sempre ter sido muito dado a contos e histórias de terror. Mas daquele fantástico e sobrenatural. A la Stephen King et al. Vampiros, múmias e lobisomens (pelos quais, vá-se lá saber porquê, nutro uma certa predilecção). Nada de Saws, Hostels ou outras 'tretas' do género. Para esse tipo de horror (que é, ainda que ligeira e subtilmente, diferente do terror) basta-me ligar a televisão na hora do noticiário (se a tivesse, claro :).
Poderá ser, eventualmente, e noutro âmbito, do meu sportinguismo, que me alimentou ano após ano após ano, e contra as evidências, a crença cega de que 'ainda é possível, é desta'.
Também já me ocorreu que tantos anos na animação (dos escuteiros), a 'criar' e dinamizar imaginários nos quais envolver as actividades, possam ter a sua quota parte de culpa no cartório.
E o que dizer desse meu vício que é o World of Warcraft, com a sua imersão num mundo virtual, onde tanta coisa impossível se torna 'realidade'?
Seja do que for - e o mais certo é que seja da mistura/acumulação de tudo isto ao longo de anos e anos - hoje em dia devo estar de tal forma imbuído de uma dose tão excessiva de 'Suspension of Disbelief', que não o consigo desligar de forma alguma, e me encontro a acreditar em algo em que mais ninguém acredita.
E embora não me preocupe muito que seja o único a fazê-lo (mesmo sabendo que passo, eventualmente, por louco/ingénuo/palerma/whatever), nem deixe que isso afecte (muito) a minha noção de felicidade, a verdade é que não me importava mesmo nada de poder cantar como os Xutos que não sou o único, e que seria mesmo muito bom se pelo menos mais alguém acreditasses.
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