Lost in translation
Ontem voltei ao cinema, desta vez para ver (finalmente!) o novo 'Star Trek'.
"Ah e tal e não sei quê não é muito a minha cena etc"
Pois, eu sei. A Ficção Científica está longe de ser uma 'cena' consensual, e é um tema para o qual é tradicionalmente difícil formar grupos grandes (mais de 4, vá) para uma incursão ao cinema.
Ontem não foi excepção, com apenas 3 convivas (sendo eu o pau-de-cabeleira :), muito embora se possa também atribuir parte deste absentismo à onda de bebés e viagens de férias que por aí grassa nestes tempos.
Há 15 dias, para o 'Anjos e Demónios'-convertido-em-'Sinais do futuro'-à-última-hora-porque-já-só-havia-bilhetes-para-a-primeira-fila, por exemplo, sempre éramos uns 5 ou 6 (não desgostei nada deste último do Nicholas Cage, pese embora o desagrado generalizado dos restantes membros do grupo com o final do filme... e o próprio Nick Cage).
Sobre este 'Caminho das estrelas' rejuvenescido (a 'prequela' dos anteriores, se quisermos) tenho a dizer-te que gostei bastante.
Não só pelas memórias que evoca da série de TV da qual era fã - da original, dos tempos de ainda mais puto, pois as seguintes, do Picard e companhia já não encantaram da mesma forma - mas também porque acaba por ser um filme de FC (que é uma das minhas 'cenas', efectivamente, ainda que atrás da Fantasia) muito bem conseguido, com um muito bom equilíbrio entre a ficção, a 'ciência', a acção e o (bom) humor, sempre presente.
Para fãs? Sem dúvida, e creio que nem mesmo os mais fundamentalistas ficarão muito chocados. A música final, a original, há-de acalmar os mais indignados, certamente.
Para os não-fãs? Também, com certeza, pois na pior das hipóteses será um daqueles filmes que 'vê-se bem'.
O pior do filme acaba por ser mesmo a tradução.
Se no título conseguiram manter-se fiéis ao original (tal e qual), lá para o meio saltam 'à vista' umas... falhas de interpretação, digamos, de entre as quais retive esta 'tradução' de uma das falas do Spock (o Novo):
De "... Earth is the only home i have left..." para "... a Terra é a única casa que abandonei...".
Brilhante, não achas?
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