Aí está ele outra vez
O nevoeiro, a subir por Linda-a-velha acima, depois de ter coberto Miraflores e Algés, vindo do rio.
Já é a segunda vez esta semana, se não me engano, que nos faz esta visita, e eu gosto de o ver a chegar: a dobrar a esquina, a encher a rua, a passar à frente da janela...
Gosto da forma como se apresenta como algo quase palpável, umas vezes mais lento, e outras, como hoje, mais rápido, como se estivesse a fugir de alguma coisa, ou com pressa de chegar a algum lugar.
Talvez fuja de alguma das acções de campanha eleitoral em curso, e da sua insuportável lógica do 'Quanto mais apitarmos mais pessoas votarão em nós', ou se apresse para arrefecer os ânimos nalgum cruzamento onde se encontrem comitivas rivais. Não sei.
Sei que, para mim, dá um toque de mistério, de magia, ao dia, ao qual o seu cinzento-claro empresta, paradoxalmente, um colorido diferente.
Se ao menos conseguisse não me lembrar sempre de 'O nevoeiro', do John Carpenter...
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