Invisibilidade (II)
Não funciona.
Ou melhor, funcionar até funciona, mas nem sempre.
E mesmo quando funciona pode provocar sérios problemas.
Já em 1897, em "O homem invisível", H.G.Wells ("Guerra dos Mundos", "A máquina do tempo", "A ilha do Dr.Moreau") nos descrevia os seus efeitos destruidores sobre a mente humana, ao contar-nos a história de um jovem cientista que decide servir de cobaia às suas próprias experiências sobre o tema.
No que respeita ao artigo que aqui te deixei na passada 6ª, e aos dois princípios sobre os quais assentarão as técnicas nele referidas, devo dizer-te que é com o 1º que te deves preocupar: O princípio da impresença.
Este é, sem dúvida, o mais poderoso, o mais eficaz, mas também o mais perigoso. Pois ao mesmo tempo que te torna invisível perante os outros, estará também a contribuir para que te tornes, de certa forma, inexistente. Até mesmo, a longo prazo, para aqueles que se preocupam contigo, e que te querem bem.
Percebo que por vezes tenhas a necessidade de "não estar". Mas tem cuidado. Não desapareças. É mais fácil do que possas pensar.
Já o 2º princípio é mais inofensivo.
O tal que te permite tornar outros invisíveis.
Poderá, no limite, dar-te ares de estrábico e\ou de mal-educado, talvez.
Mas não mais que isso. E a sua eficácia, diga-se em abono da verdade, é quase nula.
Porque como já deves ter ouvido dizer, ou mais provavelmente, lido num daqueles mails que passas a vida a receber sobre os amigos, o amor, e outras "lamechices" afins, só se vê verdadeiramente com o coração.
Se tiveres em conta que geralmente só queremos tornar invisível alguém que vive no nosso coração - por via de qualquer uma das duas emoções opostas, e ao mesmo tempo tão próximas, que dele emanam - facilmente perceberás o porquê da ineficácia da "esterovisão".
Porque para o coração, para o amor e para o ódio, não há invisibilidades, não há técnicas que se possam aplicar.
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