Cigarros e leite com chocolate
E não chocolate de leite, como dizia um jornalista da TSF na 6ª feira.
Estes são dois dos vícios do Rufus Wainwright, pelo menos a acreditar no 'Cigarettes and chocolate milk', do seu 2º album, 'Poses'.
O que é uma pena, porque com uma voz daquelas ele devia era ter juízo, e fazer por não a estragar. Isto para não falar dos restantes malefícios desse vício horrível. E não, não me refiro ao leite com chocolate! :|
Isto vem a propósito, evidentemente, do concerto de ontem na Aula Magna.
Mais uma das minhas estreias da semana. Mais duas, na realidade.
A minha estreia em concertos do Rufus (e hei-de fazer por lá estar no próximo) e a minha estreia na Aula Magna, onde nunca tinha estado (acho que ficarias espantado com os locais onde nunca estive).
Sozinho, e armado 'apenas' de um piano e duas guitarras, R.W. seduziu e encantou durante hora e meia a audiência (que foi 'a mais calorosa, 'a melhor' etc., como sempre :), com a sua fantástica voz e as suas belas melodias.
A sua postura em palco foi das melhores, à altura do que se esperaria de um concerto deste tipo: muito comunicativo, bem-disposto e brincalhão, fazendo (quase) sempre uma introdução às musicas que tocava\cantava, e divagando sobre os mais diversos assuntos.
"I write a lot about dead people. That's why i love Europe so much. You have such great dead people."
Não o sabia 'gay assumido' até tu no-lo teres dito, aqui no blog, mas quem quer que lá tenha estado ontem e não o soubesse, não há-de ter saído de lá iludido, com certeza. Não só pelos trajeitos, mas também pela forma como fala abertamente sobre o assunto. E faz ele muito bem, digo eu.
Um dos momentos altos da noite, senão mesmo o mais alto, foi a sua homenagem ao falecido Jeff Buckley, com a interpretação do tema nele inspirado, 'Memphis Skyline', e da sua (R.W.) versão do 'Hallelujah', daquele autor.
Não terá sido mágico, como alguns entrevistados da Radar previam, mas esteve lá quase. Com um pouco mais de intimidade\proximidade (em termos 'geo-espaciais'), mais duas ou três músicas do último album ('Want one'), e um outro ingrediente especial, então sim, teria sido mágico. Mas, como já disse, esteve lá quase, o que significa que foi muito, muito, bom.
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