::sexta-feira, junho 05, 2009

Os cartazes

Com a 1ª das 3(?) campanhas eleitorais deste ano a chegar ao fim, e o 1º dos 3 actos eleitorais aí à porta, tenho a confessar que mais uma vez, infelizmente, tudo me passou um pouco ao lado.

Tudo não. Quase tudo.

Passou-me o essencial - também porque não o procurei - que é o projecto de cada um dos partidos candidatos para esta coisa que parece estar tão difusa e distante no espírito da maioria, a que chamamos União Europeia.

Não me passou ao lado, e também infelizmente, a 'peixeirada' (não me apetece procurar um termo mais brando) em que estas coisas geralmente se tornam, especialmente entre os ditos 'grandes', preferindo-se trocar acusações e insultos em vez de ideias, não tendo esta sido excepção.

Também não me passaram ao lado os cartazes (em bom rigor até passam, quando vou no carro), que me despertaram a curiosidade em relação a alguns aspectos.

Antes do início oficial da campanha, por exemplo, o candidato do centro-esquerda (que o B acha parecido com o seu oftalmologista, e o Bruno Nogueira com o Pai Natal) estava omnipresente nos cartazes do novo partido que representa, tendo desaparecido de cena por altura do 1 de Maio, e daquela cena vergonhosa numa das manifestações do dia. Coincidência? Não sei.

Sei que entretanto regressou às bermas da estrada, mas desta feita acompanhado por alguns dos demais candidatos do partido, em jeito de guarda-costas. Mesmo em versão cartaz, não há nada como jogar pelo seguro, suponho, especialmente depois de um má experiência como a referida.

A este respeito reparei que à esquerda todos os candidatos se apresentam ou acompanhados de outros membros da sua lista, ou do líder do partido. A direita, por outro lado - seja a central, seja a mais vincada - aposta nas individualidades, sempre a solo. Quererá dizer alguma coisa?

Em relação à direita mais central cheguei a pensar que não iria colocar o seu cabeça de lista a mirar-nos da beira da estrada, mas afinal este estava só à espera do início oficial da campanha para se nos apresentar, em substituição da líder.

Achei curioso o cartaz em que aquele nos diz que coloca 'as famílias portuguesas acima das famílias políticas'. Não tanto pelo conteúdo, com o qual concordo em absoluto, mas pela forma: estrelas amarelas sobre fundo vermelho. Simples coincidência, ou um subtil e inteligente reforçar da mensagem?

Já um pouco mais à direita, e no cartaz inicial, o candidato olha(va) de cima para os seus eleitores, numa pose que me pareceu pouco... simpática, digamos.

Achei alguma graça, no entanto, ao slogan do 'não andamos a brincar', que senti surgir da necessidade de contrariar alguma ideia pré-concebida derivada do facto do cabeça de lista ser (ou aparentar ser) o benjamim dos candidatos, e ainda dado a brincadeiras. Os novos cartazes entretanto colocados, contudo, com o grande plano do dito cujo no qual se pode vislumbrar uma ruguita aqui ou ali, e um ou outro cabelo branco, ajudam a corrigir um pouco essa ideia.

Enfim... mais do mesmo, não é?

Ainda assim, não deixes de ir votar no Domingo.
Nem que seja em branco.