::domingo, outubro 04, 2009

Quarenta por cento

Foi, mais coisa menos coisa (menos coisa, eu sei), a percentagem de eleitores que na semana passada não pôde, conseguiu, ou quis exercer o seu direito/dever de voto nas eleições legislativas, abstendo-se assim de participar na escolha da nova composição da nossa Assembleia da República.

Quatro em cada dez eleitores, portanto.

São muitos ou poucos?
Eu acho que são muitos, e sei que nisto não estou sozinho, ao contrário de outras coisas que acho.

Se pensarmos em termos de vocês os quatro que lêm este blog - e mesmo sabendo que estas contas não se podem fazer assim mas fazendo-as na mesma - estamos a falar de 1.6 de vocês que não foram votar. Se contarmos comigo (elevando para 5 o número de elementos do conjunto), já chegamos a um mais redondo 2, mas como eu sei que fui votar, teve mesmo de ser 1.6 de entre vocês a não o fazer.

Nem vou perguntar qual (quais?) de vocês foi, pois não estou muito interessado em personalizar isto, antes gostava de saber como se dividem estes 40% de abstencionistas entre:

- quem não pôde (por estar acamado, por exemplo)
- quem não conseguiu (por se ter distraído com o filme da tarde, deixando passar a hora do fecho das mesas de voto)
- quem, pura e simplesmente, não esteve para isso

Seria interessante ter uma ideia desta estatística, pois o valor da abstenção poderá ter leituras bastante diferentes, consoante a distribuição pelos três grupos apresentados dos tais três milhões e muitos de eleitores que não votaram.

Imagine-se que pertencem maioritariamente ao primeiro grupo: o dos doentes, dos incapacitados, dos isolados/abandonados. É radicalmente diferente de uma situação em que a maioria se encontre no último: o dos que não se interessam, dos que não querem saber, dos que acham que não vale a pena.

Feliz ou infelizmente, este estudo não é realmente necessário, sendo a resposta mais ou menos óbvia: 1.6 de vocês os quatro ou se está nas tintas, ou acha que nada nunca vai mudar, e muito possivelmente até votou no vencedor do concurso 'O maior português de sempre', não entendendo porque ficam os políticos tão enxofrados quando são comparados ao Estado Novo.

E para a semana, como irá ser?

Não faço ideia sobre qual será a média da abstenção nas autárquicas, se é inferior ou superior a outros actos eleitorais, e embora até pudesse ir pesquisar agora qualquer coisa sobre isso não o vou fazer.

Já é tarde, este post já vai longo, e como faço tenção de voltar ao tema, continuo amanhã. Ou depois.