::quarta-feira, junho 02, 2004

O vício

Amigos, deixem-me que vos diga: nunca pensei que isto fosse tão viciante.

Por um lado há a escrita em si. A vontade de contar coisas, novas e velhas, de falar do que se viu e do que aconteceu. Uma vontade que vive só por si, que se basta a si própria, e que dispensa interlocutores. Ideias que surgem do nada, ou no seguimento de outras anteriores, e que apetece passar imediatamente para o "papel". Conversas que se querem iniciar ou retomar. Mesmo que sejam monólogos. O importante é deitar a ideia cá para fora. Lançar a rede à água. Não importa que volte vazia. Uma única frase, por vezes. Parágrafos inteiros, por outras.

Por outro, há a interactividade própria, e esperada, destas coisas.
Já nem falo do carácter lúdico que tento imprimir a este blog em particular, este jogo de escondidas, esta descoberta de quem somos e do que somos um para o outro.

Falo sim do impulso que me leva, a toda a hora, a ir verificar quantos visitantes já tive, quantos comentários novos já foram feitos. É terrivel.
Não vale a pena tentar negá-lo ou dissimulá-lo. Se não esperasse, se não desejasse, por muito pouco que fosse, que me lesses, não dava vazão a esta necessidade por aqui, por estes meios. Trataria de arranjar um diário tradicional, com ou sem cadeado, onde poderia escrever a qualquer hora, em qualquer lugar, sem qualquer dependência destas coisas de teclados, monitores, linhas de internet, etc...

É melhor aprender já, no ínício, a moderar estes impulsos antes que se tornem incontroláveis. Até porque tenho, efectivamente, outras coisas para fazer.

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1 Transmissões (em formato antigo)
Ás 12:24 da tarde, Anonymous Anónimo transmitiu...

Sabes que mais?
Também estou viciada!
Já me tornei dependente deste blog, já tenho a necessidade de a toda a hora ir ver se tenho mais alguma coisa para ler.
Se calhar é para saber mais coisas deste meu amigo que ainda não tenho a certeza de quem é, ou então é por ser um jogo e eu gostar de jogar.
Não sei, mas também não me apetece pensar nisso agora.

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