::segunda-feira, outubro 31, 2005

O Feiticeiro Vampiro

Avistei-o esta manhã, ao sair do banho. Não foi nem a primeira vez que tal aconteceu, e nem terá sido a última, certamente. Afinal, os nossos caminhos cruzam-se todos os dias, por força de partilharmos a mesma habitação.

Dirigi-me a ele, ainda a pingar do duche, e apesar do temor provocado por aqueles caninos afiados e sedentos de sangue, lá ousei dar-lhe um abraço e um beijo, e, antes de desmaiar, ainda consegui ter a presença de espírito suficiente para sacar da camara-telemovel e obter uma prova deste autêntico encontro sobrenatural.



"Ena, tás tão giro! Pareces mesmo um vampiro!". "E as asas?" - perguntou ele. "Oh, asas não há! Não te crescem, mas também não precisas". Entusiasmado, e ligeiramente eufórico, virou costas e saíu porta fora, ao encontro dos demais diabretes e criaturas do além.

"Boa escola. E bom dia das bruxas!" - gritei-lhe, enquanto desaparecia nas brumas do elevador...