::segunda-feira, outubro 03, 2005

O quase milagre

Domingo, 9h30 (da manhã), um grito ecoa pela casa:

"MAMÃÃÃÃ, o Vermelhinho está no chão!!!"

O Vermelhinho estava no chão, e eu estava (ainda) deitado na cama.
Já estava suficientemente acordado, no entanto, para fazer rapidamente a associação de ideias necessária:

Vermelhinho = peixinho vermelho do B
Chão = meio seco, desprovido do elemento necessário à sobrevivência dos peixes
Vermelhinho no chão = ARGH!!!

Levanto-me num pulo e num instante estou na sala (sim, que isto agora com o SolPlay é outra conversa), onde os dois transiuntes assistem perplexos ao cenário dramático:
Vermelhinho no chão, deitado sobre o lado esquerdo, no meio dos fios do telefone, carregadores e afins.

"Rui, pega-lhe, que ainda está a respirar!"

"Se respira ainda está vivo, e enquanto há vida há esperança, até mesmo para o meu SCP" , pensei eu, ao mesmo tempo que num movimento rápido e fluido (sim, porque isto agora...) peguei no destemido Vermelhinho e o coloquei de volta no aquário.

Chamo-lhe destemido porque era evidente que tinha sido ele próprio o causador do seu desaire. Já há uns dias que andava a apresentar um comportamento algo errático, com corridas súbitas pelo fundo do aquário e com aquilo que nos pareceram tentativas de saltar o rebordo do mesmo. Os salpicos presentes na parede (do aquário) eram testemunho que desta vez o tinha tentado novamente, e conseguido.

Convém dizer que a hipótese de ter sido o 'suspeito do costume' foi rapidamente posta de lado, e que nos bastou o seu singelo "não" ao nosso "mexeste no Vermelhino, filho?" . Até porque o rapaz nunca demonstrou qualquer apetência para esse tipo de atitude, ao contrátrio, por exemplo, da Maria da Nany, que com um ano de idade foi ao aquário buscar o seu peixinho e lhe deu uma dentada!

Após ter voltado ao seu meio, e depois de algum tempo a nadar de lado, o Vermelhinho lá conseguiu retomar a sua posição normal. Ainda era visivel alguma dificuldade em respirar, e depressa nos apercebemos que tal era devido a algum pó que tinha acumulado na boca e guelras durante a sua curta estadia no exterior. Não que a casa esteja assim tão suja, apenas teve o azar de cair num local que 'atrai' bastante porcaria (os fios e tal). Foi pois ncessário meter as mãos dentro do aquário e realizar uma delicada operação de remoção de pó do seu corpo, por forma a que pudesse movimentar-se e respirar melhor.

Cerca de dez minutos depois do alarme inicial já tudo tinha voltado à normalidade, com o Vermelhinho a dar sinais de uma rápida recuperação.

Continuamos sem saber os motivos que o levaram a saltar para fora do aquáqio. Talvez tenha sido a solidão a que estava submetido desde que o Malhadinho 'fugiu para o mar'. Talvez fosse o desejo de conhecer outros mundos, outros meios...

Não sabemos. Nem nunca o saberemos.
Até porque agora já não teremos mais oportunidade de lhe perguntar.
Ontem ao voltar para casa ao fim da tarde, demos com ele novamente a nadar de lado, mas desta vez à tona d'água. Pobre Vermelhinho...

(O B ainda não se apercebeu, por isso nada de lhe falar no assunto, ok?)

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