Lutas
E que me dizes daquela homilía de hoje? Não ficaste com a sensação de que era para ti que o Cónego estava a falar? A mim já me aconteceu, e mesmo o tema de hoje também não me passou completamente ao lado, confesso. E se, por ventura, calha olhar directamente para ti naquele momento, então... ui!
Tem mesmo jeito para a coisa, o senhor. Mais que outros, pelo menos, embora não deva ser assim particularmente difícil fazê-lo, dada a diversidade da assembleia e o conhecimento que se tem dos problemas 'comuns' que hoje em dia afectam e afligem a sociedade em geral (e cada um de nós em particular?). Em alguém (ou alguéns) há-de acertar de cada vez, com certeza.
Pois que tem toda a razão o senhor Cónego, no que falou sobre lutas interiores, sobre o ter que se lutar pelo que é bom, pelo que se quer. O pior é quando não se sabe o que se quer. Ou quando não se tem força para lutar.
Dúvida: poderá o facto de não termos força para lutar por algo significar que na realidade não queremos esse algo?
Ou será que, por outro lado, o simples facto de se pensar em lutar, ainda que admitindo a incapacidade para o fazer, significa que realmente se quer aquilo pelo qual se pondera lutar?
Mas se realmente se quer, então porque não se consegue lutar? Pescadinha de rabo na boca ou constatação de que podemos efectivamente ser demasiado fracos para lutar pelo que queremos? Não duvido que, infelizmente, haja quem nunca tenha (tido) essa força, mas o que dizer de quem já a teve e agora aparenta tê-la perdido?
Será possível que disponhamos apenas de um stok limitado dessa energia, que devemos gerir cuidadosamente para não a desperdiçar no que dela é indigno? Deve ser extremamente complicado, se não mesmo impossível, fazer essa gestão, considerando que aos nossos olhos tudo aquilo que queremos será, sem dúvida, merecedor do nosso esforço.
Ter-se-ão realmente esgotado as reservas existentes, ou será o medo de as voltar a utilizar em algo não merecedor e que de facto não valha a pena que as mantém retraídas e fora do alcance?
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