::quarta-feira, maio 24, 2006

Moda?

Mas... está na moda falar mal d'O Código da Vinci'?
Homessa! Dessa ainda não me tinha apercebido.

Bom, para ser franco, já li uma ou outra crítica menos positiva ao filme, mas passados quase dois anos sobre o lançamento do livro, para onde quer que me vire, só ouço dizer bem.

Exceptuando talvez, e evidentemente, se me virar para dentro da Igreja, e para alguns dos seus mais acérrimos defensores. Mas até ao Cardeal Patriarca de Lisboa já ouvi dizer bem. Em termos de romance policial, entenda-se.

E nesses termos também eu gostei bastante do livro, tendo sido um dos que li mais rapidamente até hoje. O que, só por si, não diz nada da qualidade de um livro, claro. O da MRP, o das coincidências, li numa tarde, afinal.

Gostei do aspecto 'policial', gostei do ritmo e da forma como era imposto (que ao que parece será uma das falhas do filme, não sei, não vi), gostei das siglas, dos 'quebra-cabeças', da criptografia, das teorias de conspiração (das quais em geral sou grande fã), e gostei da teoria sobre a descendência de Jesus Cristo, uma ideia que até me causa algum fascínio e que, para mim, nada subtrai à sua divindade (e que não é uma ideia propriamente nova, tendo sido, por exemplo, abordada na excelente 'Preacher', uma série de BD Norte-Americana de há uns anos atrás).

Do que não gostei, e que nem sequer é bem uma questão de desagrado, nem tem nada a ver com o livro e a sua estória (não propriamente histórica), foi de duas coisas que nele originaram:

Por um lado, a explosão de 'spin-offs' - de livros satélites do próprio 'Código' -que se verificou e continua a verificar desde então, revelando a verdade sobre o 'Código', ou expondo a fraude, ou a verdade por detrás da verdade da fraude, ou o significado oculto da verdade fraudulenta dos códigos escondidos, ou... just milking the cow, eu sei, mas enjoa só de ver, e não há como não ver, mal se entre em qualquer livraria, hoje em dia.

Por outro lado, a forma como foi utilizado por quase todos quantos têm algo contra a Igreja (e mesmo eu, como Cristão Católico que sou, tenho as minhas 'embirrações' com a Instituição), para a atacar. Achei especialmente curioso ver os detractores da educação dogmática da Igreja (entre outras coisas) a assumirem como verdade o que lá vem escrito, sem nunca questionar a veracidade dos 'factos', e fazendo assim Dogma do próprio 'Código'!

Enfim... a verdade é que já andava para escrever sobre isto desde essas férias em que li o livro (como aqui referi), mas só agora o fiz.

Será que me tornei, finalmente, um 'fashion victim'? Mas porquê só com o 'Código'? E porquê apenas aos 33 anos, a dita 'idade de Jesus Cristo', quando (por acaso?) até tenho uma barba mais ou menos parecida com a dele? Hum... ;)

(PS: Nem de propósito, deu esta noite na RTP1 um programa apresentado pelo engraçadíssimo 'Baldrick' do Blackadder, a desmontar os 'factos históricos' sobre os quais assenta a verdade que o Dan Brown nos apresenta sobre o Priorado do Sião e a suposta descendência de Jesus e Maria Madalena)