Como estás?
Não tens a coragem de ser tão feliz quanto os que amas e que te amam pensam que és, deixando-te paralizar pela incerteza e pelo medo de desiludir.
E assim, manténs a ilusão de uma perfeição inexistente, em prol desse conceito distorcido de felicidade alheia e do que deves fazer por ela.
Mas quando essa ilusão cumpre o seu propósito, quando a alegria do sorriso mascara a tristeza do olhar, sentes mágoa pela aparente indiferença de todos quantos, certos da resposta, se esquecem de te perguntar, simplesmente, "Como estás?".
E para quê, realmente? Pretenderás apenas a pergunta de rotina, sem grande sentimento, à qual possas dar uma das resposta da praxe? A quem responderias tu mais do que os típicos "Tudo óptimo!" ou "Vai-se andando..."?
Quem quer que merecesse essa resposta mais sincera, também mereceria, porventura, não ter que esperar por colocar primeiro a pergunta...
0 Transmissões (em formato antigo)
<< Take me home