O sonho - II
(... em continuação)
Seguindo um pouco às cegas pelo "entre-caminhos", o sonho acabou por tropeçar em algo (uma uma raíz, um banco, outro sonho?) que o precipitou encosta abaixo, às cambalhotas, parando apenas ao atingir o seu sopé. A paragem, quando finalmente aconteceu, não foi tão brusca nem dolorosa quanto seria de esperar (dada a velocidade e espalhafato da descida) e até o surpreendeu pela suavidade com que aconteceu.
Ao abrir os olhos, deu por si num novo caminho bastante diferente do anterior: largo, limpo, arejado, coberto por sólidas e polidas lajes de mármore. As suas bermas eram autênticos canteiros de coloridas flores, onde, a espaços, se erguiam elgantes candeeiros que, com certeza, nunca o deixariam às escuras. Seguia sempre a direito, sem qualquer curva à vista, nem qualquer subida ou descida de nível, e, ao longe, parecia-lhe já vislumbrar as altas torres de Concretização. Encantado com a sua nova (e afortunada) descoberta, o sonho fez-se ao caminho, crente de que aquele sim, o levaria até onde pretendia chegar.
A meio do caminho (ou a 2/3 talvez, ou um pouco menos, não tinha bem a certeza), enquanto se entretinha a admirar algumas das flores que nasciam na berma, o sonho fez outra descoberta: um pouco afastado do caminho onde se encontrava, e separado do mesmo por densos arbustos de silvas e profundas valas, encontrava-se outro caminho, que parecia seguir na mesma direcção...
(continua...)
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