Esperança
Já há muitos anos, há mais do que eu me lembro, que o Alberto perdeu a audição no ouvido esquerdo.
O direito continuou a funcionar bem até ao momento em que nele apareceu um minúsculo tumor que, gradual mas constantemente, lhe tem vindo a diminuir as capacidades auditivas também nesse ouvido.
Para este 'novo' problema, no entanto, e ao contrário do que terá acontecido com o do esquerdo (devido à sua natureza mais 'intratável'), tem tentado ao longo dos anos as mais diversas soluções.
Desde a acupunctura, a uma operação a laser, realizada nos EUA, que chegou a suspender o crescimento do tumor, e a associada degradação da audição.
Suspensão essa que foi, infelizmente, apenas temporária.
Hoje em dia, e já há alguns anos, usa um aparelho auditivo para o ajudar a superar a crescente diminuição das capacidades do ouvido direito.
Se para qualquer pessoa a perda da audição (ou de qualquer um dos sentidos) pode ser uma experiência, no mínimo, bastante desagradável e traumatizante, para alguém cuja actividade (como gestor de bens e pessoas) depende das suas capacidades de comunicação, nomeadamente do saber e conseguir ouvir, imagino que o impacto deva ser muito maior.
Na realidade não imagino. Não faço ideia do que deve passar pela cabeça de uma pessoa numa situação destas. Não concebo a eventual angústia, frustração, etc...
Conheço apenas o sentimento de impotência, de não saber como ajudar, que geralmente acompanha quem orbita situações destas e doutras naturezas (piores ou 'melhores').
Há alguns meses, contudo, surgiu uma luz no fundo do túnel.
A tal esperança a que se refere o título.
Devido aos avanços da ciência entretanto verificados, já será possível tratar o problema do ouvido esquerdo, e recuperá-lo (quase) totalmente.
Uma consulta em Barcelona há umas semanas atrás confirmou essa ideia, e deu muito boas prespectivas em relação a essa recuperação.
A operação ficou logo marcada, para meados de Fevereiro, em Barcelona.
Foi entretanto adiantada no tempo.
Para hoje.
E assim lá foi ele ontem, de malas e bagagens, acompanhado da mulher e da filha, a Ana Maria e a Patrícia.
O filho, o Rui, ficou por cá.
A torcer à distância, a fazer figas, e a rezar para que tudo corra bem.
Para que mais um sonho se concretize.
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