::segunda-feira, março 14, 2005

Recomendado

Sabes onde fica Queijas?
Sim, é aquela terrinha junto à A5 (a autoestrada que liga Lisboa a Cascais), que fica assim a modos que sobre a mata do Estádio Nacional.

Não, não é Linda-a-Velha.
É na saída a seguir e do outro lado da auto-estrada.
Para quem vai de Lisboa para Cascais, sim.
Para quem vem de Cascais é a saída anterior.
Ou será a ante-anterior?

E sim, tens razão.
Linda-a-Velha é mais 'a modos que sobre' que Queijas, mas não é por isso que Queijas deixa de o ser. Mesmo que tenha a A5 a separá-la do que está sob si.

Bem, adiante.

Sais da autoestrada em direcção a Queijas (fica logo 'ali') e entras na vila pela rotunda da fonte (não estivesses tu em Oeiras, a terra das rotundas com fontes).
A estátua da fonte, ao contrário do que te pode parecer à primeira vista, não representa uma menina a dar banho a um lagarto, mas sim o S.Miguel Arcanjo a defender a vila de um dragão (é, não é?).

Após entrares na referida rotunda, vindo da autoestrada, sais na primeira à direita, como quem vai para Linda-a-Pastora/Carnaxide, e viras logo na primeira à esquerda, subindo por uma rua de vivendas e passando por um jardim-infantil, à tua esquerda, de cujo nome não me recordo.

Uma vez nessa estrada, segues em frente passando por uns quantos cruzamentos e entroncamentos, pela casa dos meus pais e por um 'meio-descampado', até que começas a descer, e acabas por chegar a um novo entroncamento, desta feita numa zona de prédios.

Para a esquerda tens a a indicação da farmácia, em frente tens mais prédios, e do lado direito ainda terás, provavelmente, um stand de vendas (de andares).

Estaciona por aí, onde conseguires.
O restaurante que te recomendo fica na esquina do prédio que apanhas mesmo de frente, ao vir da tal estrada.

É o 'Orelhas'.
Não, não tem nada a ver comigo.
A não ser que se leve em consideração o facto de o dito cujo, o dono, ser vizinho dos meus pais.

É um restaurante bastante simpático, acolhedor q.b., onde se como muito bem, e onde, segundo os entendidos, se bebe ainda melhor. Também se paga bem, é verdade, embora não seja nenhuma exorbitância.

Gosto particularmente das sobremesas (siricaia com ameixa d'Elvas, encharcada, arroz doce, etc...), que são trazidas para a mesa no tabuleiro ou no prato (grande), consoante o caso, para que nos sirvamos das doses pretendidas. Muito boa ideia, não achas? :)

Ultimamente, no entanto, a principal atracção da casa tem sido, para mim, a clientela.
Ou parte dela, pelo menos. Pela cor e animação que têm dado ao local.

No jantar de sócios de há um mês atrás, foi a bela e escultural mulata que entrou a acompanhar um senhor de ar meio mafioso (não, não era o vosso treinador), e cuja indumentária (a dela) não deixava grande margem à imaginação (utilizando a tua expressão :). Creio que a maior parte dos clientes masculinos dessa noite deve ter saído de lá com um torcicolo a acompanhar a barriga cheia. Era de facto, algo do outro mundo (do mundo da noite e coisas afins, por certo, mas do outro mundo ainda assim).

Melhor que isso no entanto, em termos de animação, foi o que se passou aqui há quinze dias, num Sábado em que fui lá almoçar com os meus pais. Com um 'gaijo', desta vez.

Deu para perceber, desde o momento em que entrou, e pela forma como se conduzia (ou deixava conduzir) que o tipo não estava a 100%. Era mais a 150 ou 200. Estava mesmo acelerado, portanto.

Via-se logo que era daqueles tipos que gosta de dar show.
Falava alto, levantava-se constantemente, metia-se com os empregados e com os restantes clientes... enfim, um fartote.

A determinada altura, no entanto, talvez por se ter apercebido de que já todos os presentes se tinham habituado às suas 'divagações', e não mais lhe prestavam particular atenção, decidiu subir 'um pouco' a fasquia e fazer algo realmente digno de nota:

Levantou-se, subiu para a cadeira, baixou calças e cuecas, e mostrou a todos quantos quisessem ver, aquilo que tinha para mostrar!

Claro que me ri, como todos se riram, incluíndo os meus pais e a minha irmã.

Mas ao aperceber-me da passividade de quem assistia, perplexo, à cena, não me contive (instado, quiçá, pelo meu elevado sentido de decoro) e decidi resolver a situação, antes que a brincadeira tomasse outro rumo.

Determinado, cheguei-me a ele e disse-lhe: "Então Bernardo, que é isso? Puxa lá as calcinhas para cima e mete a piloca para dentro!"