::segunda-feira, abril 25, 2005

Life is beautiful

Será possível saír de um concerto como o da noite passada com outra sensação?

Bem sei que deve ser um sentimento temporário, um efeito secundário das (pouco) mais de 2 horas de concerto, mas duvido que algum dos presentes, até mesmo os mais conservadores, não se tenha deixado contagiar pela atmosfera, e não tenha sentido o mesmo (ainda que, para muitos, o efeito possa ter passado assim que abandonaram o recinto).

Falo do concerto do Rufus Wainwright, ontem à noite no Coliseu, claro.

Que espectáculo que tu perdeste, com essas manias de festas na terrinha, mini-férias em Londres, preconceitos, desconhecimento da matéria, e todas as demais razões que te levaram a não estar presente.

Duas horas e pouco de concerto, como já referi, que deram para passar um pouco por todos os albúms do rapaz, com o enfoque (isto existe?) esperado no último - 'Want two' - e onde não faltou a homenagem a Jeff Buckley, à semelhança do que tinha acontecido no concerto da Aula Magna.

Muita música, portanto. Muita muito boa música, acompanhada de muita conversa, e muito boa disposição. De muita 'gayness' (sendo que ambos os sentidos da palavra são aplicáveis, neste caso), e muita loucura, também.

Exemplo máximo destas últimas foi o momento durante o 1º encore, em que, ao som da música 'Old whore's diet' (do último albúm), o Rufus e os restantes elementos da banda (meninos e meninas), iniciaram um strip-tease que havia de os deixar a todos de slips, tangas e afins, com o Rufus a ter direito aínda a uma coroa, uma varinha de condão e umas... asas de borboleta!

A música seguinte já foi cantada/tocada com manto e chapéu de bruxa/feiticeiro, e ao voltar para o encore seguinte, todos (em palco) vestiram um roupão, com o qual, aliás, acabaram o concerto.

Verdadeiramente inesquecível!

Foi pena terem faltado alguns temas preferidos (por mim, pelo menos), bem como (para os artistas) a 'meia casa', consequência do fim de semana prolongado, ou talvez do facto de o rapaz cá ter estado há tão pouco tempo (e ainda não ter assim tantos 'die hard fans' que vão a todas). Pode ser que hoje à noite, no Porto, a coisa esteja mais composta.

Da 'Joan as police woman', que fez a 1ª parte (e acompanhou o Rufus em palco, na guitarra, violino e backing vocals), não posso falar pois entrei apenas com a penúltima música (o jantar atrasou-se). Talvez para uma próxima oportunidade.


Men reading fashion magazines
Oh what a world
It seems we live in
Straight man
Oh what a world
We live in

Why am I always on a plane or a fast train
Oh what a world my parents gave me
Always
Travelin' but not in love

Still I think I'm doin' fine
Wouldn't it be a lovely headline
Life is Beautiful
on a New York Times

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