::quarta-feira, abril 13, 2005

O barulho

Já passava das onze da noite quando ouvi o B a chamar, com uma voz ligeiramente alterada pelo que inicialmente pensei que fosse choro, mas que afinal não passava de mais um ligeiro ataque de tosse/especturação, daqueles que o têm assolado nos últimos tempos.

Esta noite (2ª feira), à conta do chichi na cama (dele) de há 2 noites atrás e da necessidade de monitorarmos a febre, estava a dormir connosco na 'cama grande'.

Ao chegar ao quarto, surpreendo-me (dado o adiantado da hora) com ele relativamente desperto, meio sentado meio de joelhos em cima das almofadas, com ar de quem ainda não tinha pregado olho desde que lá o tínhamos deixado com o beijinho de boa noite.

"Leitinho morninho..."
"Mas tu ainda não dormiste nada?"
"Quero leitinho..."
"Tá bem, o pai vai buscar..."

Ao pegar no biberon que se encontrava na mesa de cabeceira, apercebo-me dos ruídos que vêm da casa do lado : gemidos, gritinhos, suspiros, 'oh sims!', etc...

Tudo no 'volume máximo' a que costumam entregar-se à 'actividade' estes meu vizinhos (sim, não foi a 1ª vez), que não deixa grande margem para dúvidas sobre o que se estará a passar por aquelas bandas, e que quase permite adivinhar a posição, tal é a 'explicitez' do som.

"Não sei o que é este barulho..."
"Pois filho... er... eu também não! Vou buscar o teu leitinho."

Felizmente (para quem está do lado de cá, claro), quando voltei com o biberon cheio, já 'a coisa' tinha terminado (ou estava no intervalo publicitário), e escapei a mais perguntas que eventualmente pudessem surgir.

Claro que nesta idade havia de ser bastante simples dar uma resposta satisfatória (idade dele, entenda-se), mas qualquer dia já terá que ser qualquer coisa do género:

"Tás a ver as abelhinhas e os passarinhos? Tás? É que não tem nada a ver!"

:p