::segunda-feira, novembro 14, 2005

E se...?

É a pergunta inevitável, quer se esteja ou não em posição de partilhar a experiência. Embora soe muito mais alto, e com muito mais significado, se se estiver, evidentemente.

O truque está em não pensar muito na resposta. Melhor ainda: escorraçar a pergunta o mais rapidamente possível da cabeça. A pergunta e toda a angústia que imediatamente nos assola. Concentremo-nos na do personagem, no seu desespero, em toda a rotina que representa, simultaneamente, a loucura e a sua tentativa de lhe escapar.

E essa mesma rotina, a repetição, a relativa monotonia da narrativa, ajuda, de alguma forma, a adormecer as emoções, o medo, a própria empatia. Pelo menos a mim ajudou. Pois ia, de facto, com algum 'receio' para este filme, dado o tema. O cansaço do fim de semana, ainda presente, também ajudou.

Um tema forte e bem conduzido, com interpretações à altura.
Vale a pena, este 'Alice'. Bem mais que o último português que tinha ido ver - 'O crime do Padre Amaro' - cujos subterfúgios e artifícios me entediaram muito mais que a já referida 'relativa monotonia' do de hoje.

Que bem que sabe ouvir o 'ressonar' do quarto do lado...