::segunda-feira, maio 30, 2005

A loucura na tua vida

Todos temos alguma, presumo.

E daí... talvez não. Talvez presuma mal.
Talvez seja daquelas coisas que 'não é para todos'.

Quer a literal (e ainda bem), quer a figurativa (e ainda mal?).
Mas, já diz o ditado, "de são e de louco, todos temos um pouco".

A diferença estará na forma como a encaramos, e em como, eventualmente, a aceitamos como parte integrante desta coisa a que chamamos vida.

Ou na forma como, indo um pouco mais além, a procuramos.
Porque há quem a procure, de facto. Activamente.
À figurativa, claro está.

Como escape. Como distração. Como forma de se sentir vivo.
Como contraponto à seriedade, à sanidade, do dia-a-dia.
Como sal para a vida, para uma rotina insonsa.

Só mesmo os que se acham mais 'sãos' - os mais 'adultos', os mais sisudos - é que provavelmente não a procurarão (com maior ou menor frequência). De forma consciente, pelo menos.

E tu nunca te encaixaste nesta categoria. Nem de perto, nem de longe.
Sempre a procuraste, junto de quem o era ainda mais (louco) do que tu.
Para descomprimir. Para rir. Para viver!

Sempre o fizeste, e agora, embora de forma diferente, continuas a fazê-lo, ou não? Estando a diferença no tipo de loucura, e em como ela e a sua procura te fazem sentir.

Porque enquanto que a loucura que procuravas antes era 'benigna', esta nova, não sendo 'maligna', é... perigosa.

A que encontravas antes não atrapalhava a 'normalidade' nem tudo aquilo que prentendias manter 'sério', apenas equilibrava e complementava.

Mas esta... esta nova loucura não complementa, como a outra. Ou melhor, até complementa, mas também confronta e ameaça a tua 'normalidade'. Quer tornar-se ela a norma. Invade espaços por onde a anterior não se aventurava e isso... assusta-te.

Ainda assim, continuas a procurá-la, ao mesmo tempo que tentas ignorá-la, extingui-la, sem sequer tentar perceber o seu porquê. Pois se ela lá está, por alguma razão será.

Ou não! Estamos a falar de loucura, afinal.
Não precisa de razão nenhuma, sendo que é a sua antítese.
E a ter as suas razões, estas serão, com certeza, desconhecidas da própria razão.