::segunda-feira, dezembro 20, 2004

Palhaços

Não os vi.
Nem aos tigres, leões e afins.

Mas vi um 'comediante' (não confundir com palhaço, atenção), que me fez rir, e me deu uma boa ideia para uma das nossas festas nos escuteiros.
Vi trapezistas e ginastas, com acrobacias e malabarismos daqueles que nos deixam de boca aberta.
Vi cavalos a dançar, e elefantes a fazer "truques" ao toque do domador.

Todos numa pista demasiado pequena para o seu tamanho.
Todos. Elefantes, cavalos, homens e mulheres.

Não sei se é de ter crescido (bastante) desde a última vez que tinha ido ao Circo (isto não contando com a do ano passado, também com o Bernardo), ou de estar habituado a ver na televisão (o pouco ou nada que vejo), que tem o dom de fazer tudo parecer maior (as senhoras que o digam), mas este ano a pista (ringue?) pareceu-me de facto muito pequena.

Encolhida, talvez, para aumentar a capacidade do recinto. Para maximizar a receita. Ou então, simplesmente adaptada à 'grandiosidade' dos números apresentados. Não sei. Talvez seja mesmo uma simples 'ilusão da memória'.

Sinceramente, já não me recordo se em pequeno delirava ou não com o Circo.
Provavelmente devia gostar tanto como qualquer outro miúdo 'normal' (e não te ofendas, ó tu que nem em miúdo/a gostavas de circo!).

Acho que é daquelas coisas mágicas da infância, que deixa uma sementezinha de curiosidade e fascínio cá dentro, por pequena que seja, e que nos faz lá (querer) voltar de tempos a tempos.

Assim, e embora hoje em dia não seja algo que me faça pular de alegria e antecipação, nem pouco mais ou menos, também não é algo do qual fuja como 'Diabo da Cruz', ou que deteste.

Não detesto, mas há, no entanto, certas coisas de que não gosto muito.
Não por não lhes achar graça, por as considerar mais ou menos 'secantes', ou desactualizadas.
Mas porque me fazem alguma confusão ao meu lado 'ecologista'.
Refiro-me, claro, aos animais que compoem a troupe. Às condições em que são obrigados a viver, para ser específico.
Se já no Zoo tudo me parece um pouco deprimente, ali então...

Mas 'prontos', vou-me deixando ficar confortavelmente instalado por entre os indignados silenciosos, e resignados ao 'the way of the world'.

...

Como será mais ou menos evidente, o que me fez voltar ao 'Maior Espectáculo do Mundo' foi o B. Tal como é mais ou menos certo que há-de ser ele quem me há-de levar a lá voltar, nos anos vindouros.

Pode ser que para o ano já não se assuste e não chore com o início do espectáculo: o apagar das luzes e o 'troar' dos altifalantes.
Pode ser que para o outro já não se distraia tanto com os outros miúdos à volta, que não lhes bata nem lhes tente roubar as chuchas e os balões.
Pode ser que no seguinte já se aguente as 2 horas e tal, e dê para ficar até ao fim, para ver os palhaços, os tigres e os mágicos.

E pode ser que eu lhe vá começando a falar sobre os bichinhos, e sobre o seu direito a viverem em liberdade, sem grilhões nas patas, sem chicotes e sem barras de ferro...