6 de Janeiro
Faz hoje 1 mês que o B fez 3 anos.
E daqui a 1 mês, se Deus quiser, fará o seu papá 32.
Dia de Reis.
O dia que encerra a quadra natalícia, para a maioria das pessoas.
Dia de desmontar e guardar a àrvore. Ou de a deitar fora, para quem tiver optado pela versão natural. Shame on you!
Dia de realizar o último jantar de Natal.
E, para alguns, o dia de abrir as prendas.
Dia, para mim, de escrever sobre a minha passagem de ano.
Porque qualquer dia passa do prazo de validade (se é que já não passou).
Não é que que tenha muito para escrever sobre o assunto, mas como disse que 'depois contava', tenho mesmo de o fazer, não é?
Ora bem... a minha passagem de ano...
O momento propriamente dito, o da passagem em si, aquele em que as 11h59m do 31 de Dezembro de 2004 se transformaram em 0h00m do 1 de Janeiro de 2005, foi igual a tantos outros: copo de champanhe numa mão, doze passas na outra, alegria e antecipação a toda a volta, alguma apatia e tristeza interior (já lá vamos), etc...
Toda a envolvência desse 'momento zero', no entanto, foi diferente de tudo o que alguma vez tinha feito em jeito de 'passagem de ano', pois estive a colaborar num 'reveillon' organizado para idosos oriundos de diversos lares e centros de dia do concelho (Oeiras), como já por aqui tinha referido.
A organização esteve a cargo duma associação juvenil do concelho, a 'PróAtlântico' , da qual fazem parte alguns escuteiros de Porto Salvo meus conhecidos. Foi daí, aliás, que surgiu o 'pedido de ajuda', mais especificamente da Célia Lemos, uma das mentoras do projecto (a par do Nuno Chaves, e doutros, eventualmente).
A esse pedido, e de Linda-a-Velha, responderam, para além de mim, a Paulinha, o Doc, o Carlos Sousa (o avô escuteiro-materno do B) e a minha irmã, a Patrícia (que, tal como outros que lá estiveram, não sendo escuteira, também quis ajudar). A Carla também tinha intenção de ir, mas 'atrasos de última hora' no jantar do B acabaram por fazer com que passasse a meia-noite com este e com os avós.
Para além de nós, estavam lá uma série de caras conhecidas das nossas 'andanças escutistas' (entre outros, a Sofia de Porto Salvo e o Ricardo de Nova Oeiras) e outras desconhecidas (voluntários da associação, amigos dos amigos, etc.). Devíamos ser cerca de 20-25, no total.
O nosso trabalho, que para alguns já tinha começado muito antes de dia 31 (com toda a preparação do evento, do espaço, etc.), consistiu em transportar os convivas de e para o local (na Lage, em Oeiras), servir à mesa, participar na festa :), e no fim, deixar tudo arrumadinho e a brilhar.
Eu concentrei-me essencialmente nas tarefas de condução (porque não havia muita gente habilitada e/ou com habilidade para conduzir as carrinhas) e de 'lavagem de loiça' (quem me conhece sabe que é algo que faço por gosto e que considero a 11ª arte ;), pelo que acabei por me 'escapar' ao servir à mesa.
Escapei-me também ao 'participar na festa', para o qual não me estava a sentir particularmente vocacionado.
Por um lado, porque nestas coisas costumo colocar umas 'palas mentais' (tipo as dos burros, sim) e ficar 'obcecado' com o trabalho que há para fazer, parando apenas quando está tudo feito ou quando já estou definitivamente 'mais para lá'.
Por outro lado, e principalmente, porque outro tipo de 'palas' me impediu, como geralmente impede, de apreciar e aproveitar o fantástico ambiente que ali se vivia. Em vez de aproveitar a (excelente) companhia dos presentes, preferi 'chorar' as ausências. E isso, como se sabe, não leva a lado nenhum.
Enfim, mais uma coisa para (tentar) melhorar em 2005.
'Largámos o serviço' lá para as 3h ou 4h da manhã, ainda a tempo de ir até ao restaurante 'O Pedro' (o novo 'sítio do costume' em L-a-V) apanhar os últimos foguetes da festa que lá havia, e de nos juntarmos aos amigos que também lá tinham ido acabar a noite. Pouco depois chegaste tu, e aí sim, com o grupo de outros tempos quase todo reunido de novo, e sem 'preocupações laborais', a minha noite de fim de ano finalmente animou.
Não que me tenha arrependido, ou que não tenha gostado, da escolha que fiz para a passagem de ano, nada disso. Gostei imenso. Gostei Hymalayas :p.
Não só porque o serviço aos outros é, para mim, a parte fundamental do ser Escuteiro, mas também pelo sabor muito especial que esta acção teve, num momento como o actual, em que acontecimentos tão chocantes e avassaladores nos fazem sentir pequenos e impotentes. Acabou por ser uma simbiose, afinal.
Se puder, lá estarei de novo para a próxima.
E se puder/conseguir levar-te comigo, tanto melhor.
Até lá, faz favor de teres um óptimo 2005.
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