::terça-feira, março 29, 2005

Voltámos

Eu e a chuva.
Eu do acampamento de agrupamento na Serra d'Aire, ela do que quer que andasse a fazer sabe-se lá onde.

Cada um aos seus afazeres.
Os dela bem mais importantes e vitais que os meus (embora, talvez e paradoxalmente, mais 'secantes', sempre a cair na mesma direcção e tal. Viaja mais, é certo, mas ainda assim... não sei se trocava).

Eu voltei ontem. E ela cerca de uma semana mais cedo.
Em pleno acampamento, para infelicidade dos cerca de 130 escuteiros que nele participavam.
Uma infelicidade muito relativa, entenda-se, pois estavam todos bem conscientes da falta que aquela água vinha fazendo.

É das tais coisas, "tanto tempo sem aparecer, tinha que ser logo agora?".Mas pronto, ninguém protestou. Muito.

Até porque podia ter sido bem pior. Também podia ter sido melhor, claro, mas nem nos podemos queixar muito. Eu, pelo menos, não posso. Acredito que opinião diferente terão aqueles que chegaram dos 'raides' de 2ª Feira todos ensopados.

Ainda assim, deu-nos tréguas no Sábado, para montar campo e fazer a cerimónia de abertura, permitindo inclusivé que alguns menos friorentos se apresentassem em tronco (quase) nu.

No Domingo de manhã surgiu muito timidamente, mal chegando a importunar a 'pista de obstáculos' que decorria. Caiu com mais força à tarde, mas mesmo assim ainda se conteve até quase ao final da missa campal que celebrávamos.

Na 2ª Feira vingou-se, de facto.
Eu e o Shaleira também apanhámos com alguma coisa da parte da manhã, no reconhecimento que fizemos a pé do percurso entre o campo e Torres Novas, para o jogo do dia seguinte.

Dia esse em que, em compensação, se ausentou, como que adivinhando o 'grande jogo' de agrupamento que iria decorrer. Deixou, portanto, que as 12 equipes verticais - compostas por elementos de todas as secções, dos Lobitos aos Caminheiros (quando os havia) - encontrassem o seu caminho de Pedrogão até Torres Novas, passando pelas grutas de Lapas, sem 'inconvinientes' de maior, e permitiu, também, que todos efectuassem secos o 'jogo de cidade' à tarde (exceptuando, claro, algum(a) que se tivesse molhado na 'mini-travessia' em boias do rio Almonda).

No penúltimo dia, 4ª feira, 'voltou a voltar' e parecia determinada a arruinar os planos cuidadosamente delineados para o 'Fogo de Conselho' dessa noite. Parecia. Iludia. Acalmou e afastou-se ainda de manhã, permitindo inclusivé que o sol reaparecesse para secar a lenha para a fogueira.

Outras coisas acabaram por atrapalhar os tais 'planos meticulosos', mas não a chuva.
Pese embora essa mesma atrapalhação na 'encenação de abertura' e nos 'mecanismos pirotécnicos' montados para o efeito, diz quem viu (e quem disse) que a coisa até nem correu mal de todo.

E no último dia, por fim, também quase não se fez sentir (se é que se fez sentir de todo), o que deu um enorme jeito para as desmontagens. Dá sempre jeito, quando não aparece nessa altura. Nas outras também, claro, mas especialmente nessa. Se já alguma vez tiveste de 'levantar campo' à chuva hás-de concordar comigo, certamente.

E agora que já voltámos para casa, que ela volte de vez ("Abril águas mil", não é?), como aliás parece estar a fazer. Pode ser que ainda venha a tempo de diminuir os estragos da sua ausência mais que prolongada.

Eu, entretanto, volto hoje a Santiago do Cacém, para retomar o projecto que urge em terminar...