Ou quê...
Já te falei no 'livro das novidades' do B, não falei?
Chama-se "Faz de conta que é... um diário" e trata-se, basicamente, de um diário 'pré formatado', com uma página para cada dia, onde ele vai registando (com a nossa ajuda, claro) o seu dia-a-dia, completando determinadas frases que o ajudam a cumprir essa tarefa:
"Hoje foi um dia espcial porque:"
"Brinquei muito com:"
"E comi:"
"Do que eu mais gostei no dia de hoje foi:"
Etc...
Tem, adicionalmente, e para cada dia, uma página em branco onde ele pode escrever/desenhar à vontade, autocolantes vários que ele pode utilizar para indicar o estado do tempo (um sol, uma nuvem com chuva...) ou algum evento especial (um aniversário, o Carnaval...), bem como para o classificar em termos gerais (uma cara sorridente amarela, uma cara triste vermelha...). Em algumas páginas o dia da semana não é indicado para que seja ele a (tentar) fazê-lo, noutras são assinaladas datas 'importantes' (Natal, Ano Novo, Dia da Mãe...), etc...
É um exercício que tentamos fazer todas as noites com ele, já desde o início do ano.
Digo tentamos não só porque nem sempre conseguimos (se não estamos em casa, se já é tarde, etc), mas também porque nem sempre (ou quase nunca) ele colabora da melhor maneira. Rebola pela cama, levanta-se, fala de tudo e mais alguma coisa excepto daquilo que lhe perguntamos, dá respostas evasivas (os tais 'uma coisa qualquer') ou sempre iguais ('gostei de tudo'), e muitas vezes revela-se um preguiçoso de primeira apanha, quer nas respostas ('foi... não me lembro...'), quer nos desenhos ('desenhando' apenas alguns riscos sem grande sentido :).
Ainda assim, com maior ou menor esforço (ameaçando fechar o livro, etc), temos conseguido 'levar o barco', e nota-se que é algo que ele gosta de fazer, apesar de toda a distração (quanto mais não seja porque lhe dá mais alguns minutos antes de ter de se deitar para dormir).
E de vez em quando lá vamos obtendo algumas respostas e descrições, que nos vão surpreendendo e/ou... chocando! :) Como foi o caso há 2 dias atrás, quando ele estava a 'escrever as novidades' com a mãe.
Não sei se sabes, mas depois de há duas semanas ter estado com escarlatina, o rapazote voltou à escola (com enorme fita), e três dias depois voltou a ficar em casa, com grandes febrões e novos ataques de tosse (tudo isto acompanhado, claro está, das infelizmente já habituais... 'regorgitações').
Ou seja, foi à escola na 2ª, 3ª e 4ª da semana passada (depois de uma semana de ausência), e na 5ª, quando já estava 're-habituado' e 're-amansado', ficou de cama.
Entretanto já voltou 2 vezes à pediatra, já foi fazer análises, etc., tudo para tentar perceber o que é que afinal se passa com ele, pois apesar de já não ter febre há um dia ou dois, a tosse e os vómitos (a meio do sono!) não têm maneira de abalar.
Neste contexto, a Carla perguntava-lhe o outro dia (na 3ª?) porque é que aquele dia tinha sido especial:
"Oh, não sei..."
"Não sabes? Então diz lá... o papá e a mamã foram trabalhar, não foram?"
"Foram..."
"E tu, ficaste em casa, não foi?"
"Fiquei na casa da avó Didi!!!"
"Então e porquê?"
"Oh, porque estava doente!"
"Pois. E por isso é que foi um dia 'especial', não achas?"
"Pois..."
"Só foi pena não teres ido à escola..."
"Tás maluca ou quê? Não foi nada pena!"
"..."
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