::quarta-feira, junho 29, 2005

A mão...

... à palmatória.

É preciso saber dá-la, quando é justo que se la dê.

Discutimos hoje por telefone a questão de 'orgão' estar ou não bem escrito assim como está, sem acento no primeiro 'o'. Eu dizia que sim, apoiando a tese de quem me 'levantou a lebre' e me fez ligar-te (em bom rigor, ela não me fez ligar-te, quem o fez foi o meu 'espírito espicaçador' :), e tu dizias que não, baseando a defesa da tua opinião num qualquer site onde isso estaria explicado, e para o qual me poderias enviar o respectivo link.

"Manda lá o link", disse eu.
E tu mandaste. Até mandaste dois, tal é a boa conta em que me tens (como bom afilhado que és :), para que não me restassem quaisquer dúvidas, e para que o meu nível cOltural pudesse subir um infinitésimo mais.

Confesso, com algum embaraço, que depois de consultar os referidos links, ainda fui à infopedia confirmar no diccionário on-line a 'veracidade dos factos'. Não me podia dar assim por vencido tão facilmente, afinal. Para castigo (aplicado à priori, neste caso), tive de voltar a registar-me no site, pois não me lembrava da minha password original.

E lá estava, também: 'órgão'. Agudamente acentuado no primeiro 'o'.

Que existem palavras em português 'duplamente acentuadas' (seguindo determinadas regras), já eu sabia. E até me veio logo à memória um episódio passado há uns bons... 17 anos(?), num campo de férias de Verão, com um dos meus estimados chefes de Exploradores (Júniores na altura), em que este afirmava com toda a convicção (com a qual convém, aliás, falar a quem se está a 'ensinar'), que não existiam palavras com dois acentos, mandando abaixo um qualquer 'desgraçado' que tinha cometido o erro de escrever uma (terei sido eu? Já não me recordo, sinceramente). Claro que entretanto já tive a oportunidade de dar de caras com uma ou duas dessas palavras inexistentes, mas o órgão sempre me passou ao lado. Por assim dizer.

Por isso aqui fica a minha mão para que a 'palmates' (existirá esta palavra? Como é que se chamará à acção de bater com a palmatória?).

'Nunca tenho dúvidas e raramente me engano', mas mesmo o que é raro também pode ocorrer, e não há nenhum problema em reconhecê-lo. Ou não devia haver.

Mas.. agora que falo nisso... vejo que até tenho dúvidas. E logo duas, só para chatear.

A primeira:

De que lado da discussão original é que estava o Camy, afinal? Poderia, conforme me foi inicialmente indicado, o nosso 'prontuário humano' estar enganado?

E a segunda:

Que dirão os ilustres senhores utilizadores de uma das 'minhas' aplicações quando eu lhes trocar o 'orgão', com o qual trabalham há mais de um mês, de Norte a Sul (e Ilhas) do país, pelo 'órgão'? Entenderão eles a ausência do acento agudo como mais uma das vicissitudes da informática com as quais temos de conviver, ou irei receber algum mail do género 'Caro Rui, olhe que orgão não leva acento no 'o'...".?