::sábado, dezembro 31, 2005

Adeus 2005

E pronto.
Mais um ano que acaba.
Mais um prestes a começar.

Mais uma noite de Passagem de Ano.

Porque não me apetece estar a repetir o que disse (escrevi) há um ano a esta data, e porque, provavelmente, ou já sabes ou não queres saber, não vou perder tempo a escrever sobre o assunto. Podes sempre lê-lo aqui, caso estejas minimamente interessada/o.

2005, como o classificar? Apesar de ter tido, tal como os anteriores, tanto bons como maus momentos (e momentos assim-assim, também), sinto uma maior dificuldade em avaliá-lo, vá lá perceber porquê.

No entanto, creio que posso considerar que, em 2005

Bom (Qualidade&Quantidade) > Mau (Qualidade&Quantidade)

(o assim-assim é negligenciável)

Pelo que temos

2005 = Ano Bom!


Não me trouxe tudo aquilo que eu esperava, é verdade, mas apenas porque eu não fiz o suficiente por isso. E também é verdade que até me trouxe algumas (boas, e muito boas) surpresas!

2005 foi, portanto, um ano bom. Daqueles dos quais não me posso queixar. Se é que me posso queixar de algum.

Foi um ano de... adeus.
Vários adeus. Adeuses (existirá esta palavra?)!

Retribuídos ou nem por isso, interiores e exteriores, esperados e inesperados, demorados e abruptos, tristes e menos tristes, permanentes e... simples 'até já'.

São naturais, os adeus, mesmo quando forçados. Fazem parte. E não são, necessariamente, uma coisa negativa. Triste, sim. Má, não.

Até porque um 'adeus' implica sempre um 'olá' prévio, não é?
E também, muitas vezes, um abrir de portas a novos 'olás'...

Adeus 2005.

Despeço-me de ti com uma das melhores 'canções do adeus' alguma vez escritas, num registo talvez demasiado intimista e pouco relacionado com este contexto, mas simplesmente fabulosa: "The Last Goodbye", de Jeff Buckley (de quem o mundo se despediu em 1994 :(



This is our last goodbye
i hate to feel the love between us die
but it's over
just hear this and then i'll go
you gave me more to live for
more than you'll ever know

this is our last embrace
must i dream and always see your face
why can't we overcome this wall
well, maybe it's just because i didn't know you at all

kiss me, please kiss me
but kiss me out of desire, babe, and not consolation
you know it makes me so angry 'cause i know that in time
i'll only make you cry, this is our last goodbye

did you say "no, this can't happen to me,"
and did you rush to the phone to call
was there a voice unkind in the back of your mind
saying maybe you didn't know him at all
you didn't know him at all, oh, you didn't know

well, the bells out in the church tower chime
burning clues into this heart of mine
thinking so hard on her soft eyes and the memories
offer signs that it's over... it's over

Etiquetas:

O último

O último link do ano vai para o mundo do Gugas, o blog do Gustavo, filho da Cristina e do Gonçalo, que faz anos hoje. O pai, não o filho.

Há já algum tempo que ele aponta para cá, e apesar de apontar ser feio, aqui estou eu a retribuir, e a apontar de volta para ele.

E já agora, a talho de foice: PARABÉNS Gonçalo!

:)

Etiquetas:

::sexta-feira, dezembro 30, 2005

Não faz mal

Não faz mal teres medo.

Toda a gente tem.

Eu tenho. Ela tem. Até ele! Todos temos, acredita.

A verdade assusta, afinal.

Porque nem sempre agrada a todos quantos a ouvem.

Porque, às vezes, dói, magoa.

Porque traz consequências, por vezes imprevisíveis.

Porque pode abalar o status-quo.

E isso... dá medo.

Pelo que, às vezes, optamos por escondê-la. Por omiti-la.

Preferimos a cobardia à honestidade.

E nesse momento, ao tomar essa opção, tornamo-nos também noutra coisa:

Egoístas.


Não faz mal teres medo.

Todos temos.

O que faz mal é não o superares.

A quê ou a quem, isso já não sei.


Mas quem sou eu para falar, não é?

Que tristeza...

... saber-te tão calada/o, tão pouco interventiva/o.

... perceber que os 'problemas' já não te despertam a veia comentadora.

... verificar que os 'votos' ficam por complementar, ou retribuir.

... constatar que já nem a prespectiva de 'chá e torradas' te movem.

:(

...

Pronto!
Já passou!

:)

O importante é saber-te por cá.

É perceber que (ainda) não desististe (de mim).

É verificar que continuas a passar por cá (ainda que mais espaçadamente).

É constatar que, afinal, e apesar de continuar a escrever 'porque sim' - porque preciso, porque me faz bem - também o faço por e para ti, porque preciso de ti, da tua forma de estar, das tuas opiniões (mudas ou não!).

Obrigado :)

::quarta-feira, dezembro 28, 2005

A chuva

Não estava propriamente a ser apanhado de surpresa. Já sabia que mais tarde ou mais cedo aquilo havia de acontecer. Era a época dela, afinal, ou não tivesse o Inverno começado há um ou dois dias. Mas estava a gostar tanto daqueles momentos, da experiência, que se distraíra, e se 'deixara dormir', por assim dizer. De modo que só se apercebeu da sua chegada, quando esta já era iminente, e não com a devida antecedência, como teria preferido.

A seus pés, o cinzento tomava tons progressivamente mais escuros, já totalmente distintos do branco de há alguns dias, e também a própria consistência se deteriorava a olhos vistos (a passos dados, melhor dizendo), contribuíndo para agravar a sua preocupação. Não se considerava perdido, no entanto, e acreditava que ainda ia suficientemente a tempo de minimizar os estragos, ou de, pelo menos, evitar o pior.

Deitou pois mãos à obra, começando por arrancar largos pedaços daquilo sobre o qual assentavam os seus pés. Constatou, animado, que não estava assim tão mau quanto isso. A consistência certa, talvez, que lhe dava tanto a maleabilidade que lhe permitiria trabalhá-lo, como a resistência para se suportar.

Após ter moldado uma trança com o comprimento adequado (a olho nu, pelo menos) - tarefa que lhe consumiu um bom par de horas - dedicou-se a escavar o buraco por onde saíria. Preferia esta solução à alternativa, pois fazia-lhe um pouco de confusão aventurar-se assim pela 'borda fora'. O buraco/túnel sempre lhe dava outra sensação de segurança, de resguardo, por muito ilusória que pudesse ser, até porque, escavando-o na diagonal, podia controlar a descida, pelo menos enquanto não se encontrasse a céu aberto.

Terminado o túnel (que demorou muito menos tempo do que previra a ser escavado, devido à diminuição progressiva da consistência do material), tratou de fazer por ele sair toda a trança, iniciando a sua descida - um autêntico rapel livre - logo de seguida, sendo nisso acompanhado pelas primeiras gotas.

A pouco mais de meio do caminho, quando já se sentia praticamente a salvo, certo de que alcançaria em breve o chão, aumentaram a quantidade e o volume das gotas, e a própria trança começou a desfazer-se. Serviu-lhe de pouco consolo o facto de estar certo em relação à brevidade com que atingiria o solo, e soltou, entre-dentes, um convicto "Mmmmeeeeeeeeeeeeerrrd..."

>CLONC<

- ... e vamos já em directo para o local, onde a nossa repórter Maria Albertina, nos poderá dar todos os pormenores deste insólito incidente. Boa tarde, Maria!
- Boa tarde, José. Insólito é mesmo a palavra correcta para descrever aquilo que aqui se passou esta tarde, na praia do Guincho, onde, segundo testemunhos de alguns transiuntes, um homem, cujo corpo se encontra, aliás, incrustrado nas areias da praia, um homem, como ia dizendo, choveu!
- Um homem choveu, Maria?
- É verdade, parece inacreditável, mas é o que afirmam todas as testemunhas oculares do evento, jurando a pés juntos que este homem, cuja identidade permanece, até ao momento, desconhecida, caíu, aqui, neste local, do céu, com as primeiras chuvas desta tarde, e...
- Qual choveu qual carapuça, cambada de cordeirinhos ignorantes! Eu bem sei o que se passou. Só não percebe quem não quer!
- Parece que afinal existe outra teoria, José, temos aqui um senhor, bastante... animado... como podem perceber...
- Eu sei! A mim não me enganam eles! EU! SEI!
- Sim, diga-nos, senhor... er... o que aconteceu aqui exactamente, na sua opinião?
- Pois que é evidente que isto não é mais que uma execução, desses gajos da CIA e tal, todos uns c@$%@& é o que é, que atiraram este pobre desgraçado dum avião ao sobrevoar a área e...
- Nada disso, nada disso! Eu vi o individuo a descer-se lá de cima, com a ajuda de uma corda, e...
- Mas lá de cima de onde? Tá parva ou quê?
- Vá chamar parva à sua mãe, seu malcriadão!
- A minha mãe? Ora sua p@£$%!
- Tenha tento na língua, olhe que você leva, ouviu?
- Bem, José, vamos ter de interromper por aqui, pois os ânimos estão a ficar um pouco exaltados, e ... AI!

>CLONC<

AI!!! Ai... au... que raio? Bolas... caí outra vez da cama... hummmm... magoei-me a sério, desta vez... caramba. Ai! Hum... mas então e... claro... tava a sonhar... outra vez! Que pena... parecia tão mais real que das outras vezes... já devia saber... ui... será que parti alguma coisa? Hum... isto mexe... isto também... não creio... nada que se veja, pelo menos... mas vou ficar dorido por uns bons tempos, tou mesmo a ver... que horas são isto? JÁ?! Que m£$&@!!! .... Bom... já estou fora da cama, de qualquer maneira, por isso... é pó duche! Por falar nisso... olha o que chove!!! Xiiii... Faz sentido, faz sentido... e já não era sem tempo, também... a ver se passa este frio do caraças... chiça! Chegou para ficar o Inverno, tá visto... vamos... toca a levantar do chão... ui... raisparta...

::terça-feira, dezembro 27, 2005

Jantares de Natal

Vão quatro. E um almoço.

O dos Animadores do 626 (a 22), os dois de família (a 24 e 25), e o da Lidador (ontem, 26). O almoço (da família afim) já foi há mais tempo, no dia 8.

Faltam dois: o de equipe (de animação, da Alcateia), hoje á noite, e o da Step (na Quinta, 29).

Ontem, no da Lidador (mais membro honorário :), a ementa foi a que se segue:

- Entradas - Salada de frango, feijão-frade com grelos, bacalhau com grão, salada juliana, salada de polvo, e mexilhão;

- Peixes - Bacalhau com natas e espinafres, arroz de peixe, e caldo de cação;

- Carnes - lombo de porco, frango frito, fígado de aves, carne de porco à portuguesa, arroz de pato, feijoada, pipis, e dobradinha;

- Sobremesas - bolo de mel e canela, pudim flan, baba de camelo, mousse de chocolate, e salada de frutas;

Dos 22 pratos servidos (na Adega do Kais, para quem quiser saber), só 'rejeitei' 6.

Quais foram, saberás dizer-me?

(A 1ª resposta certa ganha o último 'chá e torradas' de 2005!)

Etiquetas:

::domingo, dezembro 25, 2005

Boas Festas

Feliz Natal

para ti e para os teus.

Que o menino Jesus te dê
a sabedoria, a coragem e a perseverança
para conseguires
tudo o que desejas.

::sexta-feira, dezembro 23, 2005

O problema - V

Para o engenheiro civil que há em ti. Ou não.

Decides construir um edifício que tu próprio projectaste.

O primeiro passo que dás é tratar de encontrar o terreno certo para o efeito, algo que consegues fazer em relativamente pouco tempo, sem grande necessidade de fazer muita prospecção.

Terminada a fase de estudos inicial, reunes os apoios e investidores que te ajudarão a concretizar o projecto, algo que também não te é difícil.

No meio de todo este processo, encontras, praticamente por acaso, outro terreno apropriado para construção, com características bastante diferentes das do primeiro, que chegam, inclusivé, a lançar algumas dúvidas sobre a viabilidade deste.

O estudo de impacto ambiental que realizas, no entanto, leva-te a considerar que nem investidores, nem público em geral, veriam com bons olhos esta segunda escolha, pelo que decides seguir com a primeira.

E assim, para agrado e entusiasmo geral, firmas contratos e inicias a construção.
O tempo passa, o edifício cresce, e a obra aproxima-se da sua conclusão.

Ainda com os últimos acabamentos a serem dados, com todas as fracções praticamente vendidas, e a aproximar-se a passos largos a data de entrada dos primeiros inquilinos, o impossível acontece: apercebes-te, horrorizado, da deteriorização dos alicerces da estrutura, devido à ausência de um determinado elemento químico no solo do terreno.

E agora, o que vais fazer?

a) Segues em frente como se nada fosse, omitindo a verdade, e colocando em risco os teus futuros inquilinos, na crença de que tudo se há-de resolver por si?

b) Informas os accionistas, suspendes as vendas, e tentas, de alguma forma, recuperar a firmeza e estabilidade das fundações, alterando, quiçá, os materiais que as compoem?

c) Informas os accionistas, suspendes as vendas, mandas demolir o edifício, e recomeças tudo no outro terreno, que, ao que indicam as análises, é COMPLETAMENTE adequado (mesmo) ?

d) Durante a noite, assaltas o cofre-forte da empresa, fazes implodir o edíficio, e foges para o Brasil, onde abres um bar na praia, sonhando um dia voltar para te candidatares a um cargo público/político?

No elevador

- Vamos! Entra meu Príncipe, antes que a porta se feche!
- Oh! Eu não sou o teu príncipe!
- Então não és? Claro que és! És o meu Príncipezinho.
- Ah, mas eu vou casar com a Francisca, por isso...
- Vais casar com a Francisca?
- Sim...
- Não sabia!
- Pois. Eu prometi a ela. E ela prometeu a mim!
- E quando é que foi isso?
- Foi lá na escola!
- Ah, ok. Está muito bem, então.
- Pois!

O silêncio

Não consigo escrever sobre esse silêncio que insiste em raptar as palavras.

Sobre a dificuldade em o interpretar, ao seu prolongamento, aos gestos que o acompanham.

Sobre os perigos que encerra, e que são, insistente e inconscientemente, ignorados.

Sobre o efeito devastador que tem sobre quem dele é alvo.

Não consigo. E por isso não escrevo...

::quinta-feira, dezembro 22, 2005

Para a ribalta

É para onde trago o texto de Fernando Pessoa que o Espreitador (um contador de estórias a inaugurar mais um link na barra do lado direito) me deixou, como comentário ao post anterior.

Para a ribalta, porque comparativamente à janela dos comentários, esta - a principal - sempre é mais visitada/lida, uma vez que nem todos os que por aqui passam devem ter tempo/paciência para se manterem a par dos comentários (por poucos que sejam).

Para a ribalta, porque ainda ontem falava disto: do esforço que é necessário fazer para se ser feliz, da predisposição mental/espiritual/emocional para construir
a felicidade que se procura, ou para, pelo menos, não cair nas armadilhas da infelicidade.

Para a ribalta, porque é a melhor forma que encontro (nesta estúpida forma de ser) de te dizer que é nisto que acredito, que é mesmo assim, e que me custa ver e saber(embora não o demonstre) que o mesmo não se passa contigo e com outros que me são (ou deviam ser) próximos.

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


- Fernando Pessoa

::quarta-feira, dezembro 21, 2005

Um abraço

Daqueles, para quem quer que estejas a precisar.

Forte, demorado, envolvente, quente, e acima de tudo, sentido.

::domingo, dezembro 18, 2005

A única

Acontecia-lhe ao entrar no elevador, na casa de banho, ao passar por uma montra.

Nesses momentos, ao re-encontrar-se, ao redescobrir-se, não conseguia deixar de se interrogar: "Realmente, como é que é possível?"

Mas do outro lado não havia resposta. Apenas um ar igualmente incrédulo, com um sorriso meio pateta, e um certo brilho no olhar...

::sexta-feira, dezembro 16, 2005

Congelar

É o que vou fazer durante os próximos 4 dias, para Sto. Estêvão (Benavente), no Acampamento de Natal da Alcateia (em conjunto com os Pioneiros).

Se tudo correr bem, isto é, se descongelar atempadamente as mãos, estarei de volta a estas bandas lá para 3ª à noite.

Fica por cá bem. E quentinha/o por mim... brrrrrrrrrrrr....

::quinta-feira, dezembro 15, 2005

Nhecos!


AH AH! Apanhei-te! O teu ombro não perde pela demora... ;)

(obrigado Edy, pela 'transmissão de pensamentos' que originou este post :)

::quarta-feira, dezembro 14, 2005

Espectacular

Que vistaça, cá de cima. Magnífica!

Não me lembro de alguma vez ter estado tão alto. E que bem que se está aqui, apesar do respeito (medo!) que a altitude impõe. Uma rabanada de vento mais forte, e lá vou eu. O pior mesmo é se começa a chover: lá se vai a base de sustentação! E quanto mais alto se sobe... Se bem que desta altura até a queda deve valer a pena! Brrrr... o melhor é não pensar nisso agora, e aproveitar ao máximo.

Vejo tudo, daqui! Ou quase tudo, desde Sintra à esquerda, ao Tejo à direita, passando pela Serra de Montejunto em frente, lá mais ao fundo. Se me virar para trás vejo toda a margem Sul, de Almada às praias da Costa. É uma manobra complicada, que exige alguma cautela, mas também muito recompensadora.

Vejo as estradas, lá (aí) em baixo, os edíficios, os campos de jogos, as matas, os cursos de água... tudo tão pequenino lá ao fundo. Com algum esforço, vejo os automóveis também, e até me parece conseguir ver... sim... vejo pessoas... vejo-te a ti!

E tu, consegues ver-me?
Não deve ser assim tão díficil, o céu está relativamente limpo, afinal.

Olá!
Aqui em cima, a acenar!
Sou eu, sim.
Olá!!!

BOM DIA!

::terça-feira, dezembro 13, 2005

Avestruz

Para quê dizer o que precisa ser ouvido, quando o silêncio é tão mais confortável?

Para quê realizar qualquer esforço por aquilo que não o vale?

Para quê as palavras, quando as acções - passadas, presentes e futuras - falam mais alto?

Para quê enfrentar os problemas quando podemos simplesmente esperar que desapareçam, como que por milagre?

Que bem que se deve estar, com a cabeça enfiada na areia...

::domingo, dezembro 11, 2005

Guiness

Está prestes a começar a nossa tentativa de entrar para o Guiness Book of Records, ao quebrar o record de "Maior número de convivas por metro quadrado numa festa de aniversário de um miúdo de quatro anos cujo primeiro nome comece por B".

Não sei se vamos conseguir, tendo em conta as 3 ou 4 'negas' que tivemos (devido a ausências de Lisboa, ou compromissos anteriormente assumidos noutras festas, etc...), mas estamos confiantes.

Afinal, sempre são quarenta e poucos adultos (sem contar com os avós que vêm para o apagar das velas) e 20 crianças!

O que há-de dar, mais coisa, menos coisa:

- 7 crianças em cada quarto (14!);
- 4 na sala;
- 1 no hall;
- 1 na cozinha;

, mais

- 23 adultos na sala;
- 9 na cozinha;
- 3 no hall;
- 4 nos quartos, a tomar conta dos miúdos;
- 2 nas casas de banho (cada um na sua);
- e os que restam, por aqui e por ali;

Ufa! Parece muita gente, não é? E é mesmo, acredita!

Mas que venham eles! Quem serás os primeiros a chegar? :)

Etiquetas:

::sábado, dezembro 10, 2005

Socorro!

Estou c'a neura...

... vou aproveitar para arrumar o escritório...

::sexta-feira, dezembro 09, 2005

O teu dia

É hoje, Patrícia!

É pena que não to tenham 'dado', no emprego, para o poderes passar de outra maneira que não a trabalhar. Umas velhacas, é o que elas são! Umas invejosas (e com razão)! :p

Ainda assim, tenho a certeza de que vais ter um dia muito feliz. Não só porque sais relativamente cedo, a tempo de ainda o aproveitar bastante junto de quem de direito, mas também, e especialmente, porque o teu 'alto astral' natural não permitirá que seja de outra forma.

Se juntarmos a isso toda a energia positiva que te vai ser enviada por todos quantos, neste dia, vão pensar (ainda mais) em ti... :)

MUITOS PARABÉNS, menina!

Que este 2º passo nos 'intas' seja dado com toda a felicidade, paz, sabedoria, e... tudo o que desejas!

E menos cabelos brancos, dentro do possível. ;)


PS: Não te esqueças de acrescentar um à idade nas máquinas do ginásio!

Etiquetas:

::quarta-feira, dezembro 07, 2005

O limbo

O limbo, como todos sabemos, é uma dança na qual se procura passar por baixo de uma fasquia (um pau, uma vassoura, etc.) colocada na horizontal, inclinando o corpo para trás de modo a não tocar nem naquela, nem no chão.

Pode ser dançado em jeito de competição, entre vários dançarinos, baixando progressivamente a fasquia, até que sobre apenas um (o vencedor) que não lhe tenha tocado ou caído.

O que nem todos sabemos, no entanto, é que esta dança é originária das Caraíbas, mais propriamente da ilha de Trinidad, nem o porquê do seu nome.

Se há quem diga que se trata de uma simples derivação do inglês, significando algo como 'dobrar', também há quem afirme que o nome deriva do propósito original da dança: ajudar a alma de um falecido a escapar do Limbo (sendo, para esse efeito, realizada durante uma semana a seguir a um funeral)!

(to be continued...)

O azar de uns é a sorte de outros

Jantar de aniversário do B lá em casa, ontem á noite.

Á mesa, quase todos os convivas do costume. Onze no total: pais, avós paternos, bisavó Guida, mais o padrinho, a madrinha, a Tita, e os respectivos acompanhantes.

Digo quase todos, porque faltavam (como tu, que estás mais atenta/o, já percebeste) os avós maternos, que tinham andado por Roma com um casal amigo (a passear, a ver os museus e o Papa, a ser assaltados, etc.), e que chegavam nessa noite.

Por razões várias (entre as quais se conta o facto de a Carla fazer melhor 'sala' que eu ;), ofereci-me para os ir buscar ao aeroporto. A chegada estava prevista para as 21h15, o que me permitiria sair de casa mais ou menos à hora em que os últimos convidados estariam a chegar, lá para as 21h, e assim ainda chegar perfeitamente a tempo de apanhar, pelo menos, o fim do jantar.

No aeroporto, ainda no parque, encontrei um ex-colega da Step (sim, porque mesmo sendo pequeninos, os cinco anos de vida já dão para estas coisas), o Artur Lança, de Cuba (Alentejo!), que ali estava para ir buscar um tio da mulher, que chegava de Genebra. Com o avião 'dele' atrasado e com o 'meu' a chegar, ainda deu para pormos a conversa em dia: a Step, as aulas dele na Universidade, o Sporting, etc...

Entretanto, o 'meu' avião, e de acordo com os placards electónicos, não parava de chegar. Chegou às 21h14h, às 21h20, às 21h24, e finalmente, às 21h30. Foi concerteza alguém que se esqueceu de algo pelo caminho, obrigando o piloto a voltar atrás para a apanhar. São coisas que acontecem, afinal.

Um quarto de hora de atraso, portanto. Contando com os habituais vinte a trinta minutos para a saída das malas, "lá para as 22h já estamos a caminho de casa", pensava eu.

Pois sim. Ás 22h saíu apenas o tal casal companheiro de viagem, com a 'boa nova': "Eles ainda vão demorar um bocadinho porque uma das malas chegou danificada e estão a apresentar reclamação!". Quem já passou por estas coisas de reclamações no aeroporto (e eu já passei, por duas vezes), sabe que este 'bocadinho' nunca é inferior a meia-hora, e neste caso não foi diferente: só às 22h45 é que se despacharam. Que grande seca!

Por coincidência (será?) a mala danificada era uma que nós lhes tínhamos emprestado, e que nos tinha sido 'dada' pela TAP em substituição de outra (que se partira já não sei em que viagem), o que poderá apontar para algum tipo de hereditariedade nestas coisas de bagagens danificadas/extraviadas.

E 'prontos', lá para as 23 e qualquer coisa, já estávamos em casa, onde o resto do pessoal aguardava apenas a nossa chegada para cantar os parabéns ao puto e se pôr a andar (excepto os residentes, claro). A 'pressa' era tanta (dado o adiantado da hora) que só quando as 4 velas que adornavam o barrete do Orelhudo (do Noddy) foram apagadas, é que nos apercebemos que o padrinho não estava 'à mesa': "Ah, não faz mal. Eu cantei na casa de banho!".

::terça-feira, dezembro 06, 2005

Alegria

A minha tem 4 ou 5 nomes diferentes, uns mais abstractos e abrangentes, outros bastante concretos e específicos.

Enquadrado nestes últimos, e a liderar o top da lista geral, pelo quarto ano consecutivo, está este: BERNARDO.

E não há birra, traquinice, mau-feitio, ou noite mal dormida, que o destronem.

Faz hoje anos o meu 'páuzer ranja digimon tartaruga ninjer'. 4 anos. Já! É bem verdade o que dizem: 'Time flies when you have multiple consecutive sleepless nights and worries about behaviour and vomiting'. :)


Sendo verdade que só somos verdadeiramente felizes quando fazemos os outros felizes, este menino, mesmo não se apercebendo, deve ser das pessoas mais felizes do mundo.


PARABÉNS
patareco!

:)

Etiquetas:

Iluminado

Porque vi dEUS, na Aula Magna!

Vi e ouvi, sobretudo.
Prova disso é o zumbido incessante nos ouvidos, algo que há muito não sentia. Nem o concerto de Goldfrapp/Coldplay me deixou neste estado.

Sala mais pequena, som mais a abrir. Mais 'barulhento', como disseste. Não poupam as guitarras, os nossos amigos belgas, nem na distorção, é verdade. Ainda assim, 'barulhento' dá um tom demasiado depreciativo a múscias como 'Instant street', 'Little arithmetics', 'Love is the real sugar', ou 'Nothing really ends'. Ou até mesmo a qualquer uma das outras, incluíndo o 'Suds and Soda', com que apoteoticamente fecharam a noite.

Apetecia outro tipo de sala. Sem as cadeiras, que acabam por se tornar supérfluas, naturalmente ou à 'voz de comando' do Tom Barman: "Like i said yesterday, you don't have to be sitting! It's not like we're 85 years old!".

Foi muito bom, este (meu) último concerto do ano. Até o 'supporting act' (desconhecido, para mim) esteve à altura: Absynthe Mind, também da Bélgica. Ficou a vontade de ouvir mais, e com mais atenção.

Faltou apenas uma coisa, na actuação principal: o 'Ideal Crash', do album com o mesmo nome. E daí, talvez não... Pode ser que o incluam no alinhamento para o ano, quando voltarem.

::sexta-feira, dezembro 02, 2005

Incrédulo...

... o mago releu a missiva, duas e três vezes, para se certificar daquilo que estava a ler:

"Vem por este meio o Conde Fullaño Taal, Barão d'Akii e d'Akkolà, convidar Sua Excelência para a celebração a realizar por ocasião da elevação do seu primogénito a Cavaleiro do Reino, bla bla bla...".

Apesar de não serem muito customeiras, não eram invulgares tais celebrações, de modo que não era propriamente o acontecimento em si que lhe causava estranheza, mas sim o momento da sua realização. Ter-lhe-ia escapado, por ventura, alguma alteração aos planos do Reino? Não lhe parecia possível, mas, na dúvida, chamou pelo seu aprendiz.

- Marcus!
- Sim, mestre?
- Diz-me... há novas da investida contra os Laricos?
- Novas?
- Sim, Marcus! Notícias! Novidades! Novas ordens por parte de Sua Majestade?
- Não, senhor. Há 3 luas que não recebemos qualquer mensageiro da Corte.
- Obrigado, podes ir.

Tudo se mantinha conforme o previsto, portanto. O exército do Rei partiria para a guerra, pela glória do Reino, conduzido pela sua brava e valorosa Elite, que contaria já nesse momento com a fortaleza de corpo e espírito dos cavaleiros recém armados.

Mas, a ser real o que lia, haveria (pelo menos?) um que não realizaria o seu baptismo de fogo nesse campo de batalha. Em que pensaria o Conde Taal, ao idealizar a festividade? E quais, de entre os possíveis convidados, renegariam o compromisso assumido perante o Conselho da Corte?

Não sem alguma curiosidade (que sempre o divertia), escrevinhou rapidamente num pergaminho a sua declinação, relembrando o dever superior, e, deitando o convite às chamas da lareira, regressou aos seus afazeres...

Não acreditas?

Achas estúpido? Ridículo? Hum... Posso tentar explicar?

Imagina... um monte. Nada de muito grande, uma pequena elevação no terreno é suficiente. Podes dar-lhe uma inclinação ligeiramente acentuada, se quiseres.

Agora pega numa bola. Pequena, grande, mais leve, mais pesada. O que quiseres, mais uma vez.

Sobe ao cimo do teu monte, coloca a bola no chão e tenta fazer com que a bola chegue ao seu sopé. Simples, não é? É só colocá-la no chão e dar-lhe um ligeiro toque, quase que um sopro.

Agora desce do monte, apanha a bola, e tenta fazer o inverso, ou seja, colocá-la lá em cima. Sem que perca o contacto com o chão, novamente. Nada de muito complicado, também, mas já exige um esforço maior, certo?

A coisa complica-se, tanto para um lado como para outro, se imaginares um alvo onde pretendes acertar. Ainda assim, apesar da possibilidade da bola se poder desviar no seu trajecto descendente, será sempre mais fácil fazê-la chegar ao alvo de cima para baixo, do que debaixo para cima.

É aquela história da gravidade, estás a ver?
São factos. E contra factos não há argumentos, como se costuma dizer.

::quinta-feira, dezembro 01, 2005

Dia 1 de Dezembro

À 365 anos atrás um grupo de homens, os denominados Restauradores, provocavam mais uma guinada no curso da nossa história, criando um motivo de júbilo, para gerações futuras de trabalhadores portugueses, e um motivo de lamentação, para partes das gerações portuguesas do fim do século XX/princípios do século XXI.

Recordar-se-ão melhor, provavelmente, os que se lamentam, do que os que festejam, o porquê daquilo que fazem.

Primeiro dia do último mês do ano. Mês do Natal. Mês do fim-de-ano (mais um que termina).
Mês do aniversário do B (tá quase!), e do Teu, do teu, do teu, do teu, e do teu. E do d'Ele, claro.

Mês das jantaradas, das confraternizações. Dos reencontros. Da paz e harmonia para todos os homens (e mulheres) de boa-vontade (e os outros que se lixem, para ser franco, pois isto já é suficientemente difícil sem os ter por cá a tentarem estragar-nos tudo).

Mês do stress das COMPRAS, dos presentes, do cúmulo do consumismo, mesmo em tempos de crise, como aqueles que vamos vivendo.

Não me conto entre os poucos que se podem gabar de lhe escapar e de lhe ser imune, confesso. Faço listas, compro, ofereço, perco-me nas demandas pelo presente adequado a cada um.

Pelo gosto de oferecer. Pelo gesto, pelo que representa. Uma materialização das palavras ditas e atitudes tomadas (ou não) no resto do ano. E cada vez mais ofereço apenas e sempre que faz sentido, não me deixando levar (aí sim) pelas tradiçoes e obrigações da época. Continuam a existir, não o nego, em determinadas situações, mas nunca a 100%. Ou faz sentido e é sentida, ou então não tem razão de ser, a prenda de Natal. Daí que as litas listas se alterem de ano para ano, ora adicionando, ora subtraindo.

Já ao stress que lhe está mais ou menos inerente, à lufa-lufa de última hora, já vou escapando, na medida em que vou tentando (e conseguindo) adiantar o máximo de 'trabalho', começando as ditas compras o mais cedo possível.

Este ano, por exemplo, já levo algum avanço confortável, graças ao Dia/Noite do Aderente FNAC (PUB). São 10% de desconto em todos os artigos (excepto em não sei o quê) que dão sempre jeito em qualquer altura do ano, e muito mais nesta. Como gosto bastante de oferecer livros (e alguma música), aproveitei-os o ano passado, voltei a aproveitá-los este, e provavelmente hei-de continuar a fazê-lo no futuro.

Ontem ao fim do dia, na loja do Colombo, e no meio de tanta aderência dos aderentes (e era mesmo aderência, para além de adesão, pois era tanta gente que se colavam uns aos outros), até me consegui despachar relativamente depressa, 'despachando' também um bom número dos nomes da lista (o teu e o teu, por exemplo).

Ainda faltam muitos nomes (porque a lista não é muito pequena), mas uma boa parte já está. O primeiro dos 'jantares de Natal' (o almoço do outro lado da família, no próximo dia 8) já está 'coberto', pelo menos.

E o alento até já é outro, agora que o arranque já está dado.